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13 de junho de 2015

Paradoxos da política em Portugal - preservar a História de uns e destruindo a História de outros

Um proprietário privado de um imóvel sito na Rua do Alecrim, ao Chiado, quer rentabilizar o seu património deixando que a fábrica de azulejos e a loja  de uma marca portuguesa quase centenária seja despejada - a Fábrica de Sant' Anna (1916). Para o local projectar-se um hotel "dedicado" a  Raphael Bordallo Pinheiro (RBP).

O Hotel pertencerá ao Grupo Visabeira que também é detentor de marcas únicas, históricas e de prestígio, como a Atlantis ou a Vista Alegre.

Imagino o que esse grande artista e caricaturista acharia deste paradoxo relativamente à História: saem azulejos com tradição e entra Bordallo para ajudar à taxa de ocupação hoteleira! Ele que também criou e fabricou azulejos!

O Estado Português maltrata o seu património histórico: o actual Governo de Portugal - quer deixar "fruir" o Mosteiro de Odivelas à "Comunidade de Odivelas" (!) e as instalações do Instituto de Odivelas são, por isso, "desafectadas" do Exército. Assim, uma escola centenária e de excelência é despejada, destruída e afectada, isso sim, na sua identidade e na sua dignidade.

Ora, o Estado deveria saber defender as suas marcas nacionais.

A quem interessará, para além da "Comunidade Odivelense"(?), tal fruição?

A que políticos? A que finança? A que economia?

À primeira, RBP chamou de "a grande porca"; à segunda "o grande cão" e à terceira "a galinha choca".


Maria Rodrigues