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13 de novembro de 2014

Porquê extinguir o Instituto de Odivelas?




Longe dos holofotes e microfones da comunicação social nacional decorreu há uma semana atrás a Abertura Solene do Ano Letivo do Instituto de Odivelas (IO). 
Nesta cerimónia com mais de um século, as alunas atuais e as alunas que não podem mais frequentar o IO receberam prémios e medalhas de mérito. 
David Justino, antigo Ministro da Educação do Governo PSD/CDS, chefiado por Durão Barroso, e atual Presidente do Conselho Nacional de Educação referiu na ocasião que o IO é uma instituição educativa que deve continuar a bem do interesse nacional. 
O IO é uma escola com 114 anos que chegou aos nossos dias formando mulheres, filhas de militares e de civis, não para as Forças Armadas pois em 1900 o Exército de Terra e Mar não tinha mulheres nas suas fileiras, mas para a vida académica e para o mundo do trabalho, promovendo a sua independência económica e a consequente emancipação feminina. 
Desde sempre que o IO sobreviveu às mudanças de regime e às crises económicas e financeiras. Agora enfrenta a crise mais avassaladora que é a crise de valores. O IO tem legitimidade histórica como instituição e transporta uma carga genética que ultrapassa as fronteiras portuguesas. Milhares de raparigas e mulheres foram formadas no IO. 
Mas, as instituições políticas e militares, irmãs mais novas, em muitos casos, do IO não o acarinham nem incentivam. Antes ignoram, viram a cara para o lado, baixam os olhos, “têm pena” do IO. 
Esta escola, anterior à República Portuguesa, é totalmente extinta e todos os seus elementos caracterizadores desaparecem: o projeto educativo, o uniforme, o hino, o brasão de armas, o código de honra serão apagados no final do ano letivo de 2015. 
Estranho é esta decisão vir do atual Governo PSD/CDS. Mas quem terá tido tal ideia peregrina?

Atenciosamente
Com os meus melhores cumprimentos
Maria Rodrigues