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8 de março de 2018

Dia Internacional da Mulher - Meninas de Odivelas

Exmo. Senhor Presidente da República,
Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa,

Uma instituição educativa secular foi extinta e destruída porque era o elo mais fraco. A igualdade de género e a economia foram os argumentos do poder político, ou melhor, económico. Num país como a livre Inglaterra - com escolas públicas e privadas masculinas e femininas sem pruridos ou preconceitos - esta situação seria impossível de acontecer. 

Hoje os dois monumentos que o IO cuidava estão vandalizados e a degradar-se. Os valores da Educação e da História foram subjugados. Nos discursos políticos há mesmo dois pesos e duas medidas para o respeito pela História e pelas instituições de prestígio, portuguesas e seculares.

Que bom seria que uma fundação nacional - a da Casa de Bragança - ou internacional - a Aga Khan - fizessem renascer o Instituto de Odivelas (Infante D. Afonso) e o seu excelente Projeto Educativo, sob o Alto Patriocínio de V. Exa. 

Far-se-ia justiça.

Apresento algumas fotografias, e outras enviarei a V. Exa.

Atenciosamente

Com os meus respeitosos cumprimentos,

Margarida Cunha

Fotografia do jornal Expresso
Uma luta inglória

O Forte de Santo António da Barra - imaculadamente cuidado

Claustro do Mosteiro de Odivelas com vida

4 de março de 2018

O abandono do Forte da Barra

O Forte da barro encontra-se ao total abandono. Ver video aqui.

Lixo, ratos e seringas... no IO

Fotografias captadas em fevereiro e dezembro de 2017 mostram como o edifício onde estudavam as meninas de Odivelas está ao abandono. Situado no centro histórico de Odivelas em Zona Especial de Proteção, o monumento nacional aguarda penosamente por novos inquilinos desde que, no final do ano letivo de 2014/15, o Instituto de Odivelas foi obrigado a abandoná-lo para se acomodar nas instalações do Colégio Militar, por decisão do anterior Governo.

A destruição do Mosteiro de Odivelas

Nunca será de mais denunciar a injustiça cometida pelo Estado Português na decisão governamental da coligação PSD/CDS-PP em extinguir, em 2015, o Instituto de Odivelas (IO), escola criada em 1900 e sediada desde então no Mosteiro de Odivelas. Ciclicamente, nos meios de comunicação social são publicadas notícias do vandalismo nos edifícios que o IO tão bem respeitou e preservou: o Mosteiro de Odivelas (século XIII) e no Forte de Santo António da Barra(século XVI). As fotografias são repugnantes, mas a culpa ficará sempre solteira porque as responsabilidades sacodem-se como a água do capote. 

Tinha sido tão simples deixar o IO, com as propostas de reforma razoáveis e viáveis, continuar o seu percurso de excelência. Que desígnios insondáveis fizeram parar uma história de sucesso educativo, ao longo de 115 anos? O IO foi extinto e destruído. Não foi transferido, não foi fundido, não foi reformado. Quem o defendeu na anterior legislatura nada fez para reverter a decisão. Era previsível. O poder político usou o IO como arma de arremesso político ou escudou-se na disciplina de voto para não poder salvar o IO. 

O tempo, esse grande escultor, dirá a quantos e a quem interessou o encerramento da escola Instituto de Odivelas - Infante D. Afonso.