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10 de novembro de 2015

O Instituto de Odivelas, um modelo de instituição pública

O Instituto de Odivelas (IO), uma escola fundada em 1900, foi extinta na passada legislatura, pese embora os votos contra do PS, do PCP e do PEV e das declarações de voto de muitos senhores deputados do PSD e do CDS mas que votaram, mercê da disciplina de voto, a favor da extinção de uma escola com 115 anos de História e com instalações em perfeito estado de conservação. 
Muitas foram as antigas alunas que defenderam a escola junto do poder executivo, do poder legislativo e do poder judicial. Tiveram alguns apoios, mas pouco mediáticos, pois o preconceito e o desconhecimento histórico constituíram fortes barreiras em torno de uma escola que foi “de excelência”, modelar em diversas áreas e pioneira em desbravar o caminho para que a mulher em Portugal pudesse ter tido o acesso à educação e a uma profissão, já em tempo da Monarquia. 
O IO sobreviveu à I República, à ditadura e pereceu na democracia. Estranho este tempo de crise de identidade nacional e de menosprezo por instituições centenárias. Na Alemanha, o ensino diferenciado público está a ser incrementado, na França, a escola inspiradora do IO, a Maison d’Éducation de la Légion d’Honneur, fundada no século XIX, é uma referência que orgulha o país, na Inglaterra seria impensável fechar uma escola com as características do IO. Em Portugal por interesse e por preconceito, e aqui a ordem dos fatores não será arbitrária, faz-se desaparecer uma escola que tinha procura por parte de muitas famílias, e que foi liminarmente negada por decreto, que tinha um Projeto Educativo único, que era um exemplo da liberdade de escolha e do direito de opção no que ensino público diz respeito e que, pasme-se, dava retorno financeiro ao Estado. Uma vez mais, modelar.


Maria Rodrigues