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21 de junho de 2015

Orientação 4: Diferenciação de género no Colégio Militar?

Os AA do CM debateram em Assembleia Geral de 19 de Junho de 2015 a "Proposta de Revisão da Orientação Estratégica da AAACM".

Apesar da construção das novas camaratas femininas estar aparentemente parada, quiçá por falta de verbas (?), o CM debateu, entre vários assuntos, a orientação 4:

"um caminho para que a introdução de internato em regime misto possa resultar em benefício para o Colégio Militar, promovendo uma interpretação feminina do seu ethos e a igualdade entre os dois sexos, mas rejeitando o caminho insensato que procura tratar de forma igual, algo que é intrinsecamente diferente: o processo de desenvolvimento dos dois sexos na adolescência."

Da leitura da proposta, salientamos a questão da problemática diferenciação de género, bandeira de Berta Cabral:
 
"A intrusão necessária a controlar as óbvias tensões da mistura dos sexos determinará um ambiente concentracionário e com liberdade limitada, que será um ácido forte a corroer a identidade do Colégio.
Por isso o Colégio Militar misto deve ter companhias separadas por sexos e idades, estendendo a lógica que sempre teve à nova realidade. Poderão ser 5, 6, 7 ou 8, o que importa é que mantenham a capacidade formar alunos (e alunas) do Colégio Militar." 



Um património educativo com mais de um século pode ser destruido por um diploma ministerial?

Saberão os poderes que as carteiras "arte nova" de 1900 ainda estão a ser usadas pelas alunas na actual época de exames e provas finais de 2014/2015?

No início dos anos 50 do século XX, o Instituto de Odivelas, (fundado em 1900), teve as suas instalações escolares remodeladas: um renovado espaço escolar interior e exterior mas sempre em perfeita harmonia com o espaço histórico que é o Mosteiro de Odivelas (fundado em 1295).






Todo um património arquitectónico, artístico e escolar está a ser posto em causa por um diploma ministerial absurdo que quer deixar "fruir" (?!) aos Odivelenses o edifício monacal. Tal diploma que segue os passos de outros tantos despachos igualmente absurdos que encerram o Instituto de Odivelas sob pretexto de "potenciar a excelência" do Colégio Militar (!).

A quem interessam, verdadeiramente, as instalações do Instituto de Odivelas? Quem estará, na esfera dos vários poderes envolvidos, e nos bastidores, a accionar roldanas e a mexer nos cordames, a baixar os panos, debaixo do alçapão do palco dos interesses políticos e economico-financeiros?

E a quem interessam as instalações do Forte de Santo António do Estoril que acolhe desde 1915 a colónia de férias do Instituto de Odivelas?

As fotografias são dos anos 50.

A memória não se apaga!!!!


Maria Rodrigues