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29 de junho de 2015

Alunas do 12.º ano do IO ouro na Matemática e das melhores a nível nacional no Concurso Pangea

Magnífica prestação das alunas do 9.º ano e do 12.º ano, únicos anos permitidos no IO pelo Governo de Portugal. As alunas obtiveram classificações de excelência a nível nacional. Uma aluna do 12.º ano foi medalha de ouro a nível nacional e as alunas do IO estiveram nos lugares cimeiros, entre os 10 melhores a nível nacional.

Porquê extinguir o IO?


28 de junho de 2015

Aguiar-Branco debaixo de fogo

Mais de uma centena de oficiais, entre os quais estavam sete antigos generais e almirantes chefes de Estado-Maior, desfizeram num jantar em Lisboa os últimos quatro anos de governação no sector da Defesa.
 


Bebés na sala de aula uma inovação? No Instituto de Odivelas, não.

Com frequência, a comunicação social divulga teorias e práticas pedagógicas e didácticas defendidas por investigadores científicos e por políticos e que são definidas como inovações a aplicar nas sociedades actuais, experiências-piloto nas escolas, etc.
 
A notícia dos benefícios de um bebé na sala de aula não é novidade para o IO.
 
Desde os primórdios que o Instituto de Odivelas foi inovador, inclusive se comparado com escolas europeias com as mesmas características.
 
Assim, as aulas de Puericultura sempre tiveram bebés e crianças e não bonecos; eram os filhos de funcionários do IO ou de famílias carenciadas de Odivelas
 
Eis uns exemplos da Creche do IO nos anos 20, 50 e 80.

27 de junho de 2015

A carta de um grupo de Antigas Alunas do IO e a Declaração dos Oficiais das Forças Armadas

Os Oficiais dos três Ramos das Forças Armadas, reunidos em Lisboa a 25 de Junho, num Encontro de Reflexão, perante a situação actual da Instituição Militar, da Defesa Nacional e do País em geral, consideraram ser seu dever alertar os portugueses para a realidade das Forças Armadas e para os riscos que esta mesma realidade representa, para a Soberania e para a Defesa Nacional (ver Declaração em baixo).


Neste encontro esteve presente um grupo de Antigas Alunas do IO, que não desiste de defender o IO, em várias frentes, e que leu uma carta dirigida a todos os Oficiais (ver Carta em baixo). Este grupo de mulheres luta por uma escola com 115 anos que o Governo de Portugal, nomeadamente na pessoa da Secretária de Estado Adjunta e da Defesa Nacional, Dr.ª Berta Cabral, quer extinguir para "fazer História". Um grupo de mulheres que, no Presente quer fazer Futuro, honrando o Passado do IO. Um grupo de mulheres que honra o ser Mulher em Portugal.

Carta de um grupo de Antigas Alunas do IO

Senhores Oficiais,
A extinção do Instituto de Odivelas não beneficia ninguém salvo, talvez, alguma negociata obscura e inescrupulosa feita por alguém igualmente obscuro e inescrupuloso.

A inexplicável e ainda inexplicada extinção do Instituto de Odivelas, em violação de normas da CRP, disposições do CPA e convenções internacionais ratificadas por Portugal, não pode deixar de ser um espinho na consciência das chefias militares que a ela não se opuseram.
 

Portugal fica mais pobre porque perde uma instituição centenária de prestígio internacional, uma escola de comprovada e reconhecida excelência e um instrumento da nossa política externa.

As jovens portuguesas ficam mais pobres porque perdem a possibilidade de frequentar o único colégio feminino com internato explicitamente criado para lhes transmitir conhecimentos e competências para a sua subsistência e autonomia.


As antigas alunas e suas famílias ficam mais pobres porque estão a ser despojadas de um património intangível que moldou a sua identidade e marcou o seu passado.


As Forças Armadas ficam mais pobres porque não se honram colaborando na destruição irracional da instituição que educou as suas avós, mães, mulheres, irmãs, filhas e netas! E porque não se honram traindo o grupo de Camaradas Oficiais que, em 1900, com uma visão extraordinária numa época em que a educação não era sequer um direito protegido e muito menos para as mulheres, decidiu fundar uma escola para as proteger e ensinar a ser livres e independentes.
 

O Instituto de Odivelas não merece este tratamento.
 
Dos 3 colégios militares (IO, CM e IPE) é o Instituto de Odivelas que apresenta melhores resultados académicos, que representa menos custos para o orçamento de estado, e que dispõe de melhores instalações - veja-se a avidez na disputa do seu corpo docente e agora do seu espólio!


O que se está a passar é uma discriminação objectiva: mantêm-se dois colégios de matriz e cultura masculina e extingue-se o único colégio de raparigas apesar de entre os três colégios ser inegavelmente o melhor!


Porém o mérito é factor alheio a todo este indigno processo. O Instituto de Odivelas ainda não ostenta Presidentes e Generais nas suas fileiras, nem “dispõe” de massa crítica instalada nas repartições militares. O Instituto de Odivelas era o elo mais fraco e, com a obstinação cega do ministro Aguiar-Branco e a cumplicidade activa ou passiva das chefias militares, foi o alvo mais fácil.


Ao longo de mais de dois anos perseverámos na luta contra a extinção do Instituto de Odivelas, sabemos que este assunto não faz parte das preocupações que aqui vos reúnem hoje mas queremos que saibam que não desistimos do Instituto de Odivelas nem desistimos de chamar às suas responsabilidades quem dele desistiu.

Ana Coucello (68/1959)
Ana Lobo (275/1956)
Ana Mota (6/1959)
Conceição Brito (246/1956)
Elsa Martins Magro (135/1979)
Helena Martins (153/1978)
Isabel Joglar (362/1959)
Isabel Ribeiro Pereira (377/1974)
Leonor Tavares (16/1954)
Maria João Marcelo Curto (254/1960)
Maria José Pascoal (202/1955)
Maria Luis Figueiredo (225/1956)
Silvia Baldo (12/1983)
Sofia Vaz Serra (381/1974)
Toribia Cancela (158/1973) 

Esta carta mereceu o forte apoio dos Oficiais presentes, bem expresso nos imensos aplausos verificados no final da respectiva leitura.  


Declaração dos Oficiais das Forças Armadas (pdf)

Oficiais dos três Ramos das Forças Armadas, reunidos em Lisboa a 25 de Junho, num Encontro de Reflexão, perante a situação actual da Instituição Militar, da Defesa Nacional e do País em geral, consideram ser seu dever alertar os portugueses para a realidade das Forças Armadas e para os riscos que esta mesma realidade representa, para a Soberania e para a Defesa Nacional. 

Neste contexto: 
- Repudiam o discurso laudatório da actual tutela política relativamente às medidas que sucessivamente têm vindo a ser tomadas para com as Forças Armadas e os seus servidores militares, militarizados e civis, apresentadas como reformas estruturantes, mas que não têm sido mais do que acções avulsas, cujo efeito tem sido o degradar da Instituição Militar no que se refere a organização, capacidades e efectivos, bem como em relação à situação profissional e pessoal de quantos nela servem e, também, dos seus familiares. Neste particular, consideram perversa a desqualificação dos direitos e deveres consignados na Lei-quadro da Condição Militar, o que só pode contribuir para uma funcionalização das Forças Armadas. 

- Repudiam, igualmente, a tentativa de desresponsabilização política da tutela, que sempre tem feito o anúncio público das medidas tomadas, escudando-se na participação e concordância das Chefias Militares 

- Repudiam, ainda, o repetido anúncio tutelar de um clima de satisfação e de tranquilidade institucional que só na aparência existe, tirando partido de forma iníqua, do sentido do dever, de disciplina e de profissionalismo dos militares. 

- Sublinham a degradação do Serviço de Saúde das Forças Armadas, que deixou de ter capacidades de reserva estratégica do Serviço Nacional de Saúde, com sérias fragilidades no apoio aos militares e seus familiares, bem como da acção social complementar, através do Instituto de Assistência Social das Forças Armadas o que, a par da recente promulgação do Estatuto dos Militares das Forças Armadas, introduz uma quebra de solidariedade geracional, que nunca existiu, nem pode existir na Instituição Militar. 

- Alertam para uma acção governativa que em relação às Forças Armadas se tem traduzido por um conjunto de decisões, apelidadas de “Reforma 2020”, materializadas pelo cancelamento da maioria dos programas de modernização que estavam em curso, por menos recursos humanos e materiais, menos capacidades, menos unidades operacionais disponíveis, menos meios passíveis de serem empregues, quer em termos nacionais, quer no âmbito dos compromissos internacionais, e menores graus de prontidão, com realce para os meios aéreos e navais dedicados às Regiões Autónomas. Neste âmbito, apregoa-se o feito, de mais de mil milhões de poupanças, ignorando-se os muito mais que serão necessários despender para recuperar o que foi afectado, sem sequer preparar forças complementares ou prever medidas para o crescimento, em caso de necessidade, do Sistema de Forças Nacional. Tudo isto, ignorando as crescentes ameaças à Europa, que podem exigir operações de combate. 

- Sublinham, ainda, que o desenvolvimento de carreiras militares, publicitado recentemente, tem sido anunciado como uma condescendência de carácter excepcional, uma medida extraordinária não planeada, nem orçamentada, quando no fundo, todos o sabem, decorre do normal cumprimento da legislação em vigor e do indispensável preenchimento dos Quadros Orgânicos. 

A actual acção governativa, pretendendo justificar a necessidade das medidas que toma com a situação de emergência económico-financeira que o País vive, ignora deliberadamente que as Forças Armadas são a instituição que mais se reformou, desde a instauração do Regime Democrático, em 1974. 

Não nos conformamos com um tratamento desigual, que parece configurar uma acção persecutória à Instituição Militar e a quantos nela servem, explorando as limitações de direitos que a Constituição da República impõem a todos quantos optaram por dar o melhor de si, a Portugal e aos portugueses, nas Forças Armadas. 

O poder político não pode ser exercido apenas para justificar, arrogantemente, medidas e soluções únicas, o que em Democracia não é aceitável. Ao invés, reivindicamos que reconheça, de facto, que o que é diferente deve ser tratado de forma diversa, tal como, afinal, tem acontecido em relação a outras carreiras especiais do Estado. Existe um ambiente de tranquilidade doentia que vem encontrando raízes na desmotivação profissional e que só o sentido do dever e da disciplina dos militares, tem evitado que se torne numa evidência pública, mas que não se pode mais silenciar. 

Perante estes factos, consideramos ser um dever inadiável, trazer a público estas posições, porque para os militares, o dever de lealdade para com o poder legítimo não deve, nem pode, sobrepor-se ao dever de fidelidade para com a Instituição Militar e para com o País e apelar à consciência cívica e ao sentido de Estado de todos os responsáveis no âmbito da Defesa Nacional e das Forças Armadas para que se tome consciência da situação que estas vivem, evitando que a gravidade da situação se torne irreversível e possa pôr em perigo a solidez e a estabilidade da Instituição Militar, para garantir o cumprimento das missões de soberania, face a possíveis cenários de grande incerteza e risco. 

 Lisboa 25 de Junho de 2015.

26 de junho de 2015

Quando os militares e os ministros acreditavam e acarinhavam o Instituto de Odivelas. E hoje?

“Victor Hugo”, o barco que fez as delícias de alunas mais novas e mais velhas no lago, também conhecido por tanque, hoje a piscina do IO. O nome do barco deve-se ao facto de ter sido o professor, e ministro, Victor Hugo Azevedo Coutinho, que o ofereceu para recreio das alunas do então Instituto Feminino de Educação e Trabalho – IFET


23 de junho de 2015

CMO - Oficio encerramento IO



E contudo... o Instituto de Odivelas move-se...

Exma. Senhora Presidente da Assembleia da República Portuguesa
Exmas. Senhoras Deputadas e Exmos. Senhores Deputados

E contudo... o Instituto de Odivelas move-se...

O Instituto de Odivelas foi fundado em 1900.

http://www.institutodivelas.com/


Atenciosamente
Com os meus respeitosos cumprimentos,

Margarida Cunha

23 de Junho de 2015

Uma mera questão de saias, dirão os que querem "fazer História"?

Vejamos quem fez verdadeiramente História:

O Mosteiro de Odivelas foi fundado por decisão de D. Dinis para acolher freiras da Ordem de Cister, em 1295.

O Instituto de Odivelas foi fundado por decreto do rei D. Carlos, em 1900.

Há 115 anos que o Mosteiro de Odivelas e o Instituto de Odivelas são parte integrante de um património único em Portugal: arquitetónico, artístico, educativo, afectivo...

O encerramento do IO é um atentado à História de Portugal, à História de Odivelas, à memória de todas as Meninas de Odivelas. É uma destruição da História!

O silêncio de muitos responsáveis continua, cautelosa ou interessadamente, ensurdecedor...

Valores muito baixos se espojam num chão de gravilha empoeirada e seca, "valores" daqueles que nunca souberam pisar e respeitar  lajes como as do Claustro Principal do Mosteiro/Instituto de Odivelas.

É que não é o deixar de usar uma saia castanha, uma túnica cinzenta de Inverno ou uma túnica aos quadradinhos pretos e brancos na Primavera que explica a extinção do Instituto de Odivelas, não!


21 de junho de 2015

Orientação 4: Diferenciação de género no Colégio Militar?

Os AA do CM debateram em Assembleia Geral de 19 de Junho de 2015 a "Proposta de Revisão da Orientação Estratégica da AAACM".

Apesar da construção das novas camaratas femininas estar aparentemente parada, quiçá por falta de verbas (?), o CM debateu, entre vários assuntos, a orientação 4:

"um caminho para que a introdução de internato em regime misto possa resultar em benefício para o Colégio Militar, promovendo uma interpretação feminina do seu ethos e a igualdade entre os dois sexos, mas rejeitando o caminho insensato que procura tratar de forma igual, algo que é intrinsecamente diferente: o processo de desenvolvimento dos dois sexos na adolescência."

Da leitura da proposta, salientamos a questão da problemática diferenciação de género, bandeira de Berta Cabral:
 
"A intrusão necessária a controlar as óbvias tensões da mistura dos sexos determinará um ambiente concentracionário e com liberdade limitada, que será um ácido forte a corroer a identidade do Colégio.
Por isso o Colégio Militar misto deve ter companhias separadas por sexos e idades, estendendo a lógica que sempre teve à nova realidade. Poderão ser 5, 6, 7 ou 8, o que importa é que mantenham a capacidade formar alunos (e alunas) do Colégio Militar." 



Um património educativo com mais de um século pode ser destruido por um diploma ministerial?

Saberão os poderes que as carteiras "arte nova" de 1900 ainda estão a ser usadas pelas alunas na actual época de exames e provas finais de 2014/2015?

No início dos anos 50 do século XX, o Instituto de Odivelas, (fundado em 1900), teve as suas instalações escolares remodeladas: um renovado espaço escolar interior e exterior mas sempre em perfeita harmonia com o espaço histórico que é o Mosteiro de Odivelas (fundado em 1295).






Todo um património arquitectónico, artístico e escolar está a ser posto em causa por um diploma ministerial absurdo que quer deixar "fruir" (?!) aos Odivelenses o edifício monacal. Tal diploma que segue os passos de outros tantos despachos igualmente absurdos que encerram o Instituto de Odivelas sob pretexto de "potenciar a excelência" do Colégio Militar (!).

A quem interessam, verdadeiramente, as instalações do Instituto de Odivelas? Quem estará, na esfera dos vários poderes envolvidos, e nos bastidores, a accionar roldanas e a mexer nos cordames, a baixar os panos, debaixo do alçapão do palco dos interesses políticos e economico-financeiros?

E a quem interessam as instalações do Forte de Santo António do Estoril que acolhe desde 1915 a colónia de férias do Instituto de Odivelas?

As fotografias são dos anos 50.

A memória não se apaga!!!!


Maria Rodrigues

17 de junho de 2015

Um alvo a abater

Na fotografia do grupo de militares, comandados por Alves Roçadas, onde está assinalado o pai da aluna nº 1 do Instituto de Odivelas, um dos militares impulsionadores da fundação do IO, em 1900.


Foram oficiais do Exército e da Armada e o filho de um rei, o Infante D. Afonso, a Rainha D. Maria Pia e o Rei D. Carlos que fundaram o Instituto de Odivelas.

O Governo de Portugal e o Ministro da Defesa Nacional concordam em extinguir uma escola de excelência  com uma vertente militar ao serviço de uma vertente pedagógica única e até paradigmática para as escolas portuguesas.

Trata-se de por as escolas públicas numa espécie de regime militar de excepção, quiçá com recolher obrigatório? Tudo parece ridículo se levado ao absurdo!

Ou os "militares na reserva" serão chamados às escolas públicas, de acordo com o Governo de Portugal,  porque há necessidade de impor a ordem e a segurança junto de crianças e jovens, de as proteger dos malfeitores e os perversos que rondam muros, grades e sebes?

Então e a PSP e a GNR que outras missões as esperam na terra, no ar e no mar?

Que diferença de 1900 para 2015! Tira-se ao Exército uma escola centenária e dá-se ao Exército uma missão ao mais alto nível para a Defesa de Portugal e em desacordo com a Constituição.

Porque é que o Governo de Portugal não deixa o IO em paz, em vez de o abater,  de o deixar ir ao fundo ou despenhar-se?

E o que é mesmo um Comandante Supremo das Forças Armadas Portuguesas?

Na verdade, parafraseando o Primeiro-Ministro de Portugal, de que serve a Constituição aos Portugueses?

Maria Rodrigues

Para Quem Fica O Património Do Instituto De Odivelas?

 
O Instituto de Odivelas nunca deveria ter encerrado. É errado destruir uma escola de excelência que formou gerações e gerações de jovens durante 115 anos, uma escola que provou ser a mais económica, aquela que apresenta melhores resultados. Mas mais do que números, tabelas, curvas, médias e percentagens, o Instituto de Odivelas formou pessoas. Educou para a excelência filhas de muitos portugueses que labutaram no seu dia-a-dia, que morreram pela pátria. Continuaremos a lutar PELA CONTINUIDADE DO INSTITUTO DE ODIVELAS!
 
M.Margarida Pereira-Müller
Antiga Aluna do Instituto de Odivelas 
 

13 de junho de 2015

Paradoxos da política em Portugal - preservar a História de uns e destruindo a História de outros

Um proprietário privado de um imóvel sito na Rua do Alecrim, ao Chiado, quer rentabilizar o seu património deixando que a fábrica de azulejos e a loja  de uma marca portuguesa quase centenária seja despejada - a Fábrica de Sant' Anna (1916). Para o local projectar-se um hotel "dedicado" a  Raphael Bordallo Pinheiro (RBP).

O Hotel pertencerá ao Grupo Visabeira que também é detentor de marcas únicas, históricas e de prestígio, como a Atlantis ou a Vista Alegre.

Imagino o que esse grande artista e caricaturista acharia deste paradoxo relativamente à História: saem azulejos com tradição e entra Bordallo para ajudar à taxa de ocupação hoteleira! Ele que também criou e fabricou azulejos!

O Estado Português maltrata o seu património histórico: o actual Governo de Portugal - quer deixar "fruir" o Mosteiro de Odivelas à "Comunidade de Odivelas" (!) e as instalações do Instituto de Odivelas são, por isso, "desafectadas" do Exército. Assim, uma escola centenária e de excelência é despejada, destruída e afectada, isso sim, na sua identidade e na sua dignidade.

Ora, o Estado deveria saber defender as suas marcas nacionais.

A quem interessará, para além da "Comunidade Odivelense"(?), tal fruição?

A que políticos? A que finança? A que economia?

À primeira, RBP chamou de "a grande porca"; à segunda "o grande cão" e à terceira "a galinha choca".


Maria Rodrigues

11 de junho de 2015

Hipocrisia


No dia 10 de Junho Cavaco Silva não disse nada sobre o Instituto de Odivelas. Também nunca respondeu aos pedidos de ajuda. 

Lembramos o seu discurso aquando das comemorações do 110 º Aniversário do IO:

“O Presidente da República salientou, ainda, que o Instituto de Odivelas é uma instituição de elevada credibilidade, que interessa a Portugal acarinhar e incentivar, e da qual têm saído mulheres que têm prestado relevantes serviços ao País nas diversas áreas da cultura, das artes e das ciências, fazendo votos para que continue a preservar e honrar a sua história, as suas tradições e os seus princípios.” 
Página oficial da Presidência da República Portuguesa.
 
As alunas do IO marcharam em Lamego e a sua escola já foi extinta e entregue à CMOdivelas em 5 de Junho.

7 de junho de 2015

Um desfile (des)edificante?

O Instituto de Odivelas iniciou a sua missão no dia 14 de Janeiro de 1900.

O Instituto de Odivelas findou a sua missão no dia 5 de Junho de 2015.

A Lei assim o determina.

A Injustiça é flagrante: destruir uma escola de excelência que formou gerações e gerações de jovens durante 115 anos, uma escola que provou ser a mais económica, aquela que apresenta melhores resultados. Mas mais do que números, tabelas, curvas, médias e percentagens, o Instituto de Odivelas (IO), formou e forma pessoas. Educou para a excelência filhas de muitos Portugueses que labutaram no seu dia-a-dia, que morreram pela Pátria.

No Dia 10 de Junho, os Jovens serão o tema do discurso do Presidente da República Portuguesa.

No dia 10 de Junho, as jovens alunas do IO desfilarão em Lamego, na cerimónia militar comemorativa presidida pelo Presidente da República e Chefe Supremo das Forças Armadas Portuguesas.

As alunas do IO desfilarão perante aqueles que cortaram o fio à História, interromperam o percurso escolar de quem, em liberdade, escolheu o IO para aprender, aqueles que não permitiram que centenas de jovens portuguesas pudessem frequentar o IO.

Jovens fardadas e medalhadas desfilarão quando muitos dos presentes na Tribuna de Honra foram, direta ou indiretamente, responsáveis pelo fecho de uma escola única no panorama educativo nacional.

Para uns constituirá um último estertor, uma bofetada de luva branca, para outros, uma exibição perversa, em que a honra e a dignidade de uma instituição educativa com legitimidade histórica serão expostas no momento em que a essa instituição é extinta pelos decisores políticos de Portugal presentes em Lamego.

Paradoxalmente e infelizmente, em Lamego, no Dia de Portugal, não se celebrará a longa vida de uma instituição de Portugal.

Lamentavelmente, em 2015, assiste-se à derrocada de um verdadeiro edifício educativo escorado em valores e princípios, estes sim, em vias de extinção em Portugal.

Quem beneficiará do edifício físico do século XIII, das excelentes instalações escolares que remontam ao último ano do século XIX?
Quem?


Maria Rodrigues


 

4 de junho de 2015

Carta Aberta ao Poder Legislativo de Portugal - A extinção do Instituto de Odivelas ou a derrocada de um património educativo nacional

Exma. Senhora Presidente da Assembleia da República

Exmas. Senhoras Deputadas e Exmos. Senhores Deputados


No Instituto de Odivelas (IO), as aulas de  Educação Física - à data "ginástica sueca" - constituíram uma novidade nacional.

No IO há décadas, os estudos, as aulas de apoio e de recuperação foram ministradas muito antes de tal prática pedagógica ter sido implementada nas escolas portuguesas.

No IO há décadas, que os professores do IO apoiam as alunas no estudo para as provas finais e para os exames nacionais. Atualmente, tal também acontece nas escolas portuguesas.

No IO o Grego e o Latim foram ensinados desde o início. No próximo ano letivo serão introduzidos nas escolas portuguesas.

No IO ensina-se Inglês Prático, Francês Prático. No futuro, quem sabe, nas escolas portuguesas...

No IO ensinava-se educação para a saúde, primeiros socorros, culinária, puericultura. Hoje, tais conteúdos são abordados nas escolas portuguesas.

No IO os projetos de ajuda e solidariedade ao próximo, aos mais carenciados da comunidade, sempre existiram. Hoje são práticas formativas comuns nas escolas portuguesas.

No Instituto de Odivelas, a colónia de férias existe no Forte de Santo António do Estoril desde 1915. Hoje, as colónias de férias são atividades normais nas escolas portuguesas.

No IO respeita-se e preserva-se o património histórico. O Mosteiro de Odivelas, (século XIII), é a casa do Instituto de Odivelas. Desde 1900.

O Instituto de Odivelas é a memória de gerações e gerações de alunas que estudaram naquelas salas de aula e naqueles laboratórios, brincaram naqueles claustros, dormiram naquelas camaratas, representaram, tocaram, cantaram no palco daquele Ginásio, subiram à árvore "Avó"*, nadaram naquela piscina...

O Instituto de Odivelas está a funcionar no seu último ano letivo.

Porquê extinguir uma escola com 115 anos e de excelência?

Porquê o preconceito contra o Instituto de Odivelas?

Em que país civilizado se apaga uma escola com as características únicas do IO, se destroi a História, se deixa extinguir "às pinguinhas" uma escola centenária?

O Instituto de Odivelas é uma instituição educativa com legitimidade histórica.


Atenciosamente,

Com os meus respeitosos cumprimentos,

Mãe de uma aluna do IO e de outra menina que não pôde ser aluna do IO


* Árvore bela-sombra bicentenária, originária do Brasil. 

 

Opacidade

Corre o boato que o IO foi entregue à Câmara Municipal de Odivelas.

Para esclarecer esta dúvida foi contactado o IGESPAR. Curiosamente ou não, este organismo não sabe a quem foi entregue a tutela do Mosteiro de Odivelas. Foi sugerido contactar a Direcção Geral de Tesouro e Finanças, e curiosamente, ou não, não encontraram o processo e pediram para se enviar um mail dirigido ao Exmo Senhor Director Geral do Tesouro e Finanças.

Aguardamos notícias sobre este assunto.