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23 de setembro de 2014

Cartas I



Exmo. Sr. Presidente da República,

Sou antiga aluna do Instituto de Odivelas e tenho assistido, incrédula, ao desmantelamento e extinção de uma escola que tem dado provas de sucesso ao longo de 115 anos.

Gostaria de o relembrar das suas palavras no Livro de Honra do Instituto de Odivelas, em 2010: “…o Instituto de Odivelas é uma instituição de elevada credibilidade, que interessa a Portugal acarinhar e incentivar, e da qual têm saído mulheres que têm prestado relevantes serviços ao País nas diversas áreas da cultura, das artes e das ciências, fazendo votos para que continue a preservar e honrar a sua história, as suas tradições e os seus princípios.”

Nao compreendo como, 3 anos depois destas palavras, o Senhor Presidente não impede o crime que está a ser cometido contra a vontade das alunas, pais, famílias, antigas alunas, professores, funcionários e toda a comunidade local.

A fusão do Instituto de Odivelas nunca foi cabalmente explicada pelo MDN e ainda ninguém percebeu por que motivo foi decidido fechar aquela que é a melhor e a menos cara das três escolas militares. Já foi demonstrado que não se trata de uma questão de custos: os custos com o Instituto de Odivelas estão ao nível de qualquer outra escola pública, com resultados francamente superiores, e esta decisão vai acarretar custos adicionais de mais de 7 milhões de euros para o Estado Português.

As reacções de repúdio em relação a esta decisão têm chegado de todos os sectores da sociedade, inclusivamente de dentro dos partidos da maioria!!

Para além do mais, o fracasso da decisão está à vista: os colégios perderam mais de 100 alunos em relação ao ano lectivo passado. (http://blogdoio.blogspot.ro/2014/09/a-verdade-dos-numeros.html)

Peço-lhe, como Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, que impeça esta barbaridade de lesa-pátria. As decisões dos governantes portugueses não podem ser baseadas em caprichos nem em estudos "encomendados".

Está nas suas mãos devolver o Instituto às meninas de Odivelas, para que continuem a desempenhar o seu papel com o brilho e a excelência habituais e para que possam continuar a representar Portugal com orgulho - como fizeram este ano nas comemorações do dia da Bastilha.

Com os melhores cumprimentos