Exmo. Sr. Presidente da República,
Sou antiga aluna do Instituto de Odivelas e
tenho assistido, incrédula, ao desmantelamento e extinção de uma escola que tem
dado provas de sucesso ao longo de 115 anos.
Gostaria de o relembrar das suas palavras no
Livro de Honra do Instituto de Odivelas, em 2010: “…o Instituto de Odivelas é
uma instituição de elevada credibilidade, que interessa a Portugal acarinhar e
incentivar, e da qual têm saído mulheres que têm prestado relevantes serviços
ao País nas diversas áreas da cultura, das artes e das ciências, fazendo votos
para que continue a preservar e honrar a sua história, as suas tradições e os
seus princípios.”
Nao compreendo como, 3 anos depois destas
palavras, o Senhor Presidente não impede o crime que está a ser cometido contra
a vontade das alunas, pais, famílias, antigas alunas, professores, funcionários
e toda a comunidade local.
A fusão do Instituto de Odivelas nunca foi
cabalmente explicada pelo MDN e ainda ninguém percebeu por que motivo foi
decidido fechar aquela que é a melhor e a menos cara das três escolas
militares. Já foi demonstrado que não se trata de uma questão de custos: os
custos com o Instituto de Odivelas estão ao nível de qualquer outra escola pública,
com resultados francamente superiores, e esta decisão vai acarretar custos
adicionais de mais de 7 milhões de euros para o Estado Português.
As reacções de repúdio em relação a esta decisão
têm chegado de todos os sectores da sociedade, inclusivamente de dentro dos
partidos da maioria!!
Para além do mais, o fracasso da decisão está à
vista: os colégios perderam mais de 100 alunos em relação ao ano lectivo
passado. (http://blogdoio.blogspot.ro/2014/09/a-verdade-dos-numeros.html)
Peço-lhe, como Presidente da República e
Comandante Supremo das Forças Armadas, que impeça esta barbaridade de
lesa-pátria. As decisões dos governantes portugueses não podem ser baseadas em
caprichos nem em estudos "encomendados".
Está nas suas mãos devolver o Instituto às
meninas de Odivelas, para que continuem a desempenhar o seu papel com o brilho
e a excelência habituais e para que possam continuar a representar Portugal com
orgulho - como fizeram este ano nas comemorações do dia da Bastilha.
Com os melhores cumprimentos