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3 de agosto de 2015

Salazar e o acidente no Forte de Santo António da Barra


Há 47 anos atrás, no dia 3 de Agosto de 1968, Salazar teve um acidente no Forte de Santo António da Barra, em S. João do Estoril, que o afastou do poder.

Dizem testemunhos da época que o Presidente do Conselho pedia autorização à então Directora do Instituto de Odivelas (IO), Dr.ª Deolinda Santos, para poder estar no edifício secular e que desde início do século XX foi a Casa de Férias do IO (de acordo com painel de azulejo que o atesta e comprova).


A estadia de Salazar nunca interferiu ou coincidiu com o período de férias das alunas. O ditador pagava em escudos, do seu bolso, e de acordo com os preços de época alta da Linha do Estoril os dias que permanecia de férias.

Em ditadura, o poder político respeitou o IO. Em democracia há um assalto à fortaleza para ganhar milhares de euros, há um total desrespeito pelo património histórico e educativo que representa o Instituto de Odivelas - Infante D. Afonso.

O poder político central e poder local ignoram deliberadamente a história e as vivências de um sítio histórico. Trata-se de uma amnésia histórica propositada, mas a memória não se apaga.


E tudo o MDN levou...

Obstinadamente, contra a vontade de alunas, pais, antigas alunas e comunidade Odivelense, o Ministério da Defesa Nacional (MDN) encerrou o Instituto de Odivelas (IO) e começou a distribuir o seu património: o MDN disse que iria devolver à população (!) o mosteiro de São Dinis, onde a escola funcionava – irá para a Câmara de Odivelas (CMO)? O Forte de Santo António do Estoril, cedido em 1919 ao IO para colónia de férias das alunas, irá para Câmara de Cascais (CMC). 

O Infante D. Afonso nasceu há 150 anos

No dia 31 de Julho de 1865 nasceu o segundo filho da rainha D. Maria Pia e do rei D. Luís no Palácio da Ajuda, em Lisboa. De seu nome completo: Afonso Henrique Maria Luís Pedro de Alcântara Carlos Humberto Amadeu Fernando António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando Inácio de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança.

O também Duque do Porto e Condestável do Reino, juntamente com a rainha-mãe, foi  o fundador da escola com 115 anos que agora o Governo de Portugal pretende extinguir. Foi, igualmente, general de divisão do exército português e inspector-geral da arma de Artilharia e, ainda, Comandante Honorário dos Bombeiros Voluntários da Ajuda. Ficou conhecido pela alcunha do Arreda, pois na época seria o que dizia aos transeuntes da Calçada da Ajuda e de outras ruas de Lisboa quando conduzia o seu automóvel. Foi, então, o responsável pela organização das primeiras corridas de automóvel, em Portugal. Representou o irmão, o rei D. Carlos e depois o sobrinho, o rei D. Manuel II,  em Portugal e no estrangeiro, em missões oficiais. Exilado desde 1910 em Itália, terra da sua mãe, casou em 1917, em Madrid, com uma cidadã americana - Nevada Stoody Hayes. O casal não teve filhos.

O Infante D. Afonso morreu a 21 de Fevereiro de 1920 em Nápoles, Itália. O seu túmulo encontra-se no Panteão da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de S. Vicente de Fora, em Lisboa.