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21 de abril de 2014

Uma escola-monumento e um monumento-escola

Usando argumentos economicistas e de não discriminação de género, o actual Governo de Portugal pretende extinguir o Instituto de Odivelas (IO). Mas estudos apresentam a escola feminina como a mais económica e os “rankings” mostram os melhores resultados escolares. Porquê, então, a extinção do IO?

Noutras realidades democráticas, EUA, Inglaterra, Alemanha, Espanha, o ensino público misto convive, justa e democraticamente, com o ensino público diferenciado. As famílias têm liberdade de escolha e direito de opção.

Como explicar que em carta aos pais e encarregados de educação, o ministro da Defesa Nacional tenha defendido, em Setembro de 2013, o continuar a investir “milhões” (sic) nos estabelecimentos militares de ensino? Como explicar o plano de construir um edifício de internato feminino num campus com um internato masculino?

É paradoxal que se advogue um ensino e uma “cultura de excelência”  para as escolas portuguesas e se pretenda destruir uma escola centenária e de excelência que sempre se adaptou  às circunstâncias do país, que viveu o “ar do tempo”.

O Mosteiro de S. Dinis e S. Bernardo de Odivelas tem 719 anos. O Instituto de Odivelas tem 114 anos. O primeiro é preservado pelo segundo desde 1900. Em 1910 o monumento, gótico de origem, tornou-se património nacional. Em 1982 o Estado Português fez o Instituto de Odivelas membro-honorário da Ordem Militar de Santigo e Espada e, em 1999, membro-honorário da Ordem Militar de Avis.


Haverá dois pesos e duas medidas para a História?