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14 de dezembro de 2016

O túmulo de D. Dinis

Hoje na Assembleia da República o Ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, foi questionado sobre o Mosteiro de S. Dinis e S. Bernardo, em Odivelas, e o Forte de Peniche.
Sobre o mosteiro "em estado de abandono e em degradação muito acelerada", segundo Teresa Caeiro, o ministro afirmou que há obras de restauro a decorrer, numa parceria com a Câmara de Odivelas.


8 de dezembro de 2016

Dia 8 e dezembro, uma data especial no Instituto de Odivelas

Num passado ainda não muito distante, o Dia da Mãe foi celebrado a 8 de Dezembro - dia de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal. Ao longo de 115 anos, alunas do Instituto de Odivelas, filhas, órfãs ou não, futuras mães, ou não, viram nesta imagem de alabastro italiano a figura de uma Mãe, com a carga religiosa inerente mas, sobretudo, conheciam o seu valor sentimental, histórico e simbólico. Aprenderam que uma mãe e rainha de Portugal – D. Maria Pia - ofereceu às então alunas do “Instituto Infante D. Afonso” de Odivelas, uma estatueta de alabastro fino, ela que foi a mãe e a rainha responsável pela fundação da escola em 1900. Mãe e rainha que um dia viu morrer o seu filho e rei, e o seu neto e herdeiro do trono de Portugal: D. Carlos e o Príncipe da Beira, D. Luís Filipe.

 

Imagem de Nossa Senhora da Conceição na igreja do Mosteiro de Odivelas.
 

Hoje o Instituto de Odivelas está extinto devido à insensibilidade e aos interesses dos homens, à amnésia histórica, cirúrgica e deliberada, com que o Poder encarou uma instituição pública centenária que foi pioneira na defesa do direito das mulheres à educação.

Margarida Cunha

À memoria da antiga aluna e funcionária do Instituto de Odivelas - Maria João Raminhos (AA n.º 196/1977)
 

3 de dezembro de 2016

Túmulo do rei D. Dinis em limpeza

A Direcção Geral do Património Cultural (DGPC), a Câmara Municipal de Odivelas e o Colégio Militar estão a restaurar o túmulo de D. Dinis, no Mosteiro de Odivelas.
 
 
 

Numa data história uma ausência histórica - o Instituto de Odivelas

Até ao 1.º de Dezembro de 2013, o Instituto de Odivelas (fundado em 1900) fazia-se representar na Homenagem aos Heróis da Restauração inserida nas Cerimónias Comemorativas da Restauração da Independência naPraça dos Restauradores, em Lisboa.
 
Desde então, o Instituto de Odivelas atravessou o período de extinção até ao seu encerramento definitivo, em 2015. Uma decisão injusta para uma escola da Família Militar e de Portugal que era de excelência, dava retorno financeiro ao Estado, respeitava a História de Portugal e preservava dois monumentos: o Mosteiro de Odivelas e o Forte de Santo António de S. João do Estoril.
Porquê?!

15 de novembro de 2016

A apropriação do Forte de Santo António do Estoril, Casa de Verão do Instituto de Odivelas

O Instituto de Odivelas dispunha desde 1925 e até ao seu encerramento em 2015 do uso do Forte de Santo António no Estoril como colónia de férias, tal como o Colégio Militar dispõe (ainda) da Feitoria em Oeiras.

 
A Câmara de Cascais andou atrás deste imóvel. O assédio do Sr. Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais, chegou a ser incomodativo. O Instituto de Odivelas aguardava por obras no Forte da responsabilidade da Câmara Municipal de Cascais a troco da cedência de metade da área. Mas a Câmara de Cascais não fez nada, invocando restrições financeiras de contexto.
O Forte de Santo António foi visitado em 2012 por Paulo José Cutileiro Cerqueira Correia, licenciado em Direito pela Universidade Católica do Porto, membro da equipa da empresa de advogados José Pedro Aguiar-Branco e Associados, R.L., nomeado em 2011 como adjunto do Gabinete do então Ministro da Defesa com o mesmo nome. Esteve lá com a vereadora da cultura, desejou conhecer o espaço, o célebre local onde o Dr. Salazar passou férias e onde caiu – então ainda conservado como se encontrava na época – e tirou até fotografias com o telemóvel.
Gabinete do Doutor Salazar no Forte de Santo António.
 
Posteriormente quem foi visitar o Forte foi João Carlos Espada, professor na Universidade Católica e consultor para Assuntos Políticos do Presidente da República Portuguesa Aníbal Cavaco Silva desde 2006. Foi nessa ocasião acompanhado pelo Almirante Vieira Matias, professor convidado do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, fundado e dirigido pelo referido João Carlos Espada, e autor de diversos trabalhos sobre estratégia marítima, segurança nacional e economia do mar. Ao que constou na altura, pediram uma visita histórica, mas como testemunhado pela professora Cesaltina (entretanto falecida) que acompanhou a visita, andaram a ver que paredes é que podiam deitar abaixo e no final da visita pediram as plantas do forte.

Entretanto, a Direcção Geral do Tesouro e Finanças preparou um Auto de Cedência de Utilização e de Aceitação, em que o Estado Português, representada por um tal Engº Bernardo Xavier Alabaça e sub-director da referida direcção-geral, que já vinha, como convém, transitado de um posto no Ministério da Defesa então dirigido por Aguiar Branco. Aí o forte é cedido por 50 anos ao Município de Cascais para sede do “Estoril Institute for Global Dialogue”, para instalação de um centro de I&D ligado à Economia de Mar e mais a AESE (escola da Opus Dei) e uma obscura Ocean Vision Maritime Affairs. Contrapartida? Um milhão de euros em espécie para recuperação do imóvel.
 


 
Depois foi o que se sabe, a culminar com o incêndio já em 2016.
 
Tantas ligações, tanta gente envolvida nos negócios para apropriação da coisa pública. Cavaco Silva fingiu que nada sabia e não respondeu a nenhum dos muitos apelos que lhe foram dirigidos para poupar o Instituto de Odivelas. Maria Cavaco Silva, menina de Odivelas honorária, ensurdeceu e emudeceu. Mas não foram os únicos.
O anterior governo teve um papel determinante na destruição de todo este património. Pedro Passos Coelho surge como potencial interessado na sua qualidade de docente de Economia do Turismo no ISCE – Instituto Superior de Ciências da Educação, que funciona na Ramada em Odivelas e tem fortes ligações à Câmara Municipal de Odivelas, com vários membros desta edilidade como professores e/ou accionistas naquele estabelecimento de ensino cooperativo. O presente governo diz-se preocupado, mas não passa disso.
Marcelo Rebelo de Sousa, actual Presidente da República e filho de uma antiga aluna do Instituto de Odivelas, Maria das Neves Rebelo de Sousa, também ficou mudo e parece ter perdido todos os afectos que o ligavam ao Instituto de Odivelas através da sua mãe.
E o saque continua, no Forte e no Instituto de Odivelas, perante o olhar passivo e a falta de vontade de todos o que poderiam fazer alguma coisa para evitar tão grande perda. A rede de interesses instalada é grande demais e interfere com praticamente todos os quadrantes políticos. Sinais de um país deveras inculto e interesseiro.
Para mim pessoalmente, dirão, é apenas uma perda irreparável.
Maria João Marcelo Curto
Aluna nº 254/1960 do Instituto de Odivelas

14 de novembro de 2016

Um património educativo e histórico destruído - o Instituto de Odivelas

Ex.mo Senhor Presidente da Assembleia da República,
Dr. Eduardo Ferro Rodrigues
 
Do desrespeito pela História e pela Educação  o exemplo do Instituto de Odivelas
Decorreu um ano desde a extinção do Instituto de Odivelas – Infante D. Afonso (IO). Esta decisão, do Governo do Dr. Pedro Passos Coelho, marcou e magoou muitos portugueses. Porém a ação e influência destes não foram suficientes para travar o processo tortuoso e nebuloso que levou à decisão final. As meninas, raparigas, mulheres educadas no IO, todo o pessoal civil e militar que serviu o/no IO desde 1900 são uma memória histórica que um despacho extinguiu sem sensibilidade, racionalidade ou conhecimento de causa, enfim, sem respeito, no princípio e no fim, pela História. Como se esta tivesse dois pesos e duas medidas no discurso e na prática de quem tem responsabilidades públicas ao mais alto nível. Uma instituição educativa de excelência e de referência não foi alvo de "reestruturação", ou "integração", ou "fusão". Foi extinta. Sacrificou-se uma escola só pelo facto de ser feminina. Nada dela resta a não ser as memórias que nenhuma lei poderá apagar. "Nada do que é humano é estável absolutamente". Julgo terem sido, mais ou menos, estas as palavras que um político proferiu ao dirigir-se ao rei D. Carlos. O IO nasceu na monarquia e morreu na democracia. Foi ignorado ou apenas apoiado e aproveitado para arremessos políticos ditados pela circunstância. Assola-me uma tristeza pelo fim do IO, que funcionava bem, que tinha resultados de excelência, que dava retorno financeiro ao Estado. Hoje há salas e corredores vazios e um Forte vandalizado. Orgulho-me de ter servido no IO e de ter uma filha antiga aluna do IO. Envergonho-me quando amigos estrangeiros dizem não poder acreditar no fecho do IO. Nada disto teria acontecido na livre Inglaterra. O fecho de uma instituição educativa com 115 anos de História. Nada poderá consertar o erro que foi a extinção do IO. Fechou-se um capítulo da Educação em Portugal. Porquê? Para quê? Só o tempo "esse grande escultor", como tão bem escreveu uma mão feminina, o dirá.
 
Margarida Cunha

25 de outubro de 2016

Fotos aéreas do IO 2016

Fotos aéreas do IO, tiradas em 2016.



Professora Ana Maria Lobo, Antiga Aluna do IO, homenageada

A Professora Ana Maria Lobo, antiga aluna do IO e professora catedrática aposentada da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT/UNL), foi homenageada no dia 12 de Outubro de 2016, com a atribuição do seu nome a um Laboratório de Química da FCT/UNL. 
Nesta homenagem, na qual estiveram presentes a grande maioria dos seus antigos alunos de doutoramento e muitos amigos, foi reconhecida a sua dedicação, e a do seu marido Professor S. Prabhakar, igualmente homenageado nesta ocasião, ao Ensino e à Investigação bem como a grande contribuição que deu para o desenvolvimento da Química em Portugal, em especial a Química Orgânica e a Química dos Produtos Naturais. 
Após o descerramento da placa do "Laboratório Ana Lobo", ouviram-se testemunhos de antigos alunos, da Presidente do Departamento de Química e do Director da FCT/UNL. A Professora Ana Lobo agradeceu a homenagem citando dois provérbios, que traduziu:
"O que conhecemos é uma mão cheio de terra, o que falta conhecer é do tamanho do mundo". 
"Se queres ir depressa vai sozinho, se queres ir longe vai acompanhado".

7 de setembro de 2016

A propósito de mais uma notícia sobre o IO

No dia 2 de Setembro de 2016, o DN publicou uma notícia sobre o IO:

... formou milhares e milhares de raparigas...

Em Portugal uma instituição centenária e de excelência no campo educativo, social e cultural foi extinta.

Porque sim.

É pena que os políticos, os agora chamados de agentes decisores da causa pública não queiram mesmo aprender História.

Facilmente concluíriam que o IO formou mulheres não somente para serem mães dedicadas e donas de casa esmeradas, mas para chegarem ao mercado de trabalho e à vida académica. Muitas pioneiras nessas áreas profissionais e do saber. Muitas sem família e de fracas posses.

A ignorância consciente andou de mãos dadas com interesses materiais camuflados de "igualdade de género". Agora raparigas e rapazes todos de calças. Mas não rapazes e raparigas... todos de saias.

Deviam saber que água e azeite não se misturam: a bem da água e do azeite. Dois bens preciosos. Um devido à Natureza, o outro devido aos Romanos.

Maria Rodrigues

26 de julho de 2016

Forte da Barra a saque

Notícia sobre o Forte de Santo António do Estoril, no Jornal da Região - Cascais, distribuído com o Expresso, de 20-26 de Julho de 2016.


Património do IO em caixotes

No dia 16 de Julho de 2016 era assim que se encontravam os espaços do IO.

 

O IO - por que foi realmente extinto?

Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República
Exmos. Senhores Deputados da Assembleia da República Portuguesa,

Em Portugal foi extinta uma escola de excelência que funcionava bem, com retorno financeiro para o Estado, com sucesso educativo e que preservava o Mosteiro de Odivelas, desde 1900, data da fundação do IO, e o Forte de Santo António do Estoril, desde 1915, a colónia de Férias do IO.

Hoje a escola já não existe, os edifícios acima citados estão fechados e em perigo - vejam-se os actos de vandalismo recentes - e perdeu-se um património educativo único - a escola das "Meninas de Odivelas". Não era esta uma marca identitária nacional?

Esta escola foi vítima, entre outras causas certamente, do puro preconceito. A decisão foi tomada e aprovada em democracia mas como cidadã, mãe, professora de História julgo, com o devido respeito, que este património seria tratado de forma diferente por exemplo em França onde existe um colégio semelhante desde o século XIX - A Casa de Educação da Legião de Honra - onde os fundadores do IO foram encontrar inspiração e modelo, em Inglaterra onde escolas do mesmo tipo existem, centenárias ou não, ou noutro qualquer país civilizado que preza a sua História e a sua Educação.

Nunca entenderei esta decisão legal mas injusta de extinguir uma escola única no panorama educativo nacional.

Atenciosamente

Com respeitosos cumprimentos,

Margarida Cunha


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24 de julho de 2016

105.º Aniversário da Senhora D. Ilda Vieira - antiga aluna e antiga funcionária do Instituto de Odivelas – Infante D. Afonso


No dia 22 de julho de 2016, a antiga aluna (AA176/1919) e antiga funcionária do Instituto de Odivelas – Infante D. Afonso, Ilda Gonçalves Vieira, celebra 105 anos de vida. A decana das antigas alunas do IO está de parabéns pela bonita e longa idade.
A vida de Senhora D. Ilda Vieira confunde-se com a História do IO. Entrou para o então Instituto Feminino de Educação e Trabalho de Odivelas - IFET, em 1919, apenas com sete anos. Natural de Abrantes, e órfã de mãe em 1918, pertencia a uma família de seis irmãos. Fez o Curso de Formação Doméstica e desde sempre trabalhou e viveu no IO até há cerca de quatro anos.
A Senhora D. Ilda constitui uma referência e um exemplo para todos os que estudaram ou trabalharam no IO. Muitas gerações de alunas recordam a personalidade forte, a presença constante, o profundo conhecimento da História do Mosteiro de Odivelas e do Instituto de Odivelas. Viveu a I República, o Estado Novo e a Democracia naquela que ela designa de sua “casa maravilhosa” – o IO.
Muitos parabéns, Senhora D. Ilda!

Ilda Vieira é a 4ª aluna sentada, a contar da esquerda.

 
Em 2010 no Claustro Principal do Mosteiro de Odivelas - Ilda Vieira à direita e à esquerda a antiga aluna e professora de Filosofia no IO Cesaltina Silva (falecida há dois anos atrás).

12 de julho de 2016

Quanto valem uma centena, uma dezena e cinco unidades?

Excelentíssimos Representantes dos Órgãos de Soberania de Portugal,

O Instituto de Odivelas (IO) foi extinto há um ano atrás, mais precisamente deixou de funcionar quando terminaram as provas de exame nacional para as últimas alunas do 9.º e do 12.º ano.

Os poderes públicos decidiram extinguir uma escola com 115 anos de História que funcionava bem, frequentada desde sempre por alunas de diversas condições socioeconómicas, uma escola com sucesso educativo e que dava retorno financeiro ao Estado.


Anos 10



Anos 40


 2013

Como podem os poderes públicos afirmar que defendem a História de Portugal? Saberão da História do IO? Hoje, os edifícios que a escola preservava respectivamente desde 1900 e 1915  estão encerrados e em perigo, eminente ou efectivo, de vandalismo e sem destino aparente: o Mosteiro de S. Dinis de Odivelas e o Forte de Santo António da Barra em S. João do Estoril.

As "meninas de Odivelas" eram uma marca nacional. Durante décadas, gerações de alunas foram educadas e formadas no IO. Deram um contributo a Portugal e a retribuição foi o fecho de uma escola centenária que foi respeitada na Monarquia, na I República, na Ditadura, no PREC. Na III República o desconhecimento, a insensibilidade e o preconceito conduziram ao desaparecimentos de uma escola de excelência.

A crise de valores e a amnésia nacional selectiva são um sinal dos tempos. A História serve para embelezar e emoldurar discursos de ocasião. Afinal quanto valem uma centena, uma dezena e cinco unidades? Ou de que falamos quando falamos de valores?

Atenciosamente

Com os meus respeitosos cumprimentos,

Maria Margarida Cunha

22 de junho de 2016

Da ausência do Instituto de Odivelas, uma escola feminina fundada em 1900 e extinta em 2015 por decisão governamental

Exmos. Senhores Representantes dos Órgãos de Soberania de Portugal,

Da ausência do Instituto de Odivelas, uma escola feminina fundada em 1900 e extinta em 2015 por decisão governamental.

O Instituto de Odivelas era uma escola pública de excelência. Tinha legitimidade histórica, prestígio e procura.


Forte de Santo António da Barra (século XVI) "Casa de Verão" do Instituto de Odivelas desde 1915 a 2014. Antes estimado e respeitado. Hoje vandalizado.


Mosteiro de Odivelas (1295)  preservado pelo Instituto de Odivelas desde 1902
Instituto de Odivelas (Infante D. Afonso) - camaratas e recreio.


Os edifícios estão encerrados. Porquê?


Atenciosamente

Com respeitosos cumprimentos,

Margarida Cunha

17 de junho de 2016

Em defesa da escola pública Instituto de Odivelas

E assim se defende a escola... pública.

Uma escola pública centenária foi encerrada porque era de excelência, porque dava retorno financeiro ao Estado, porque ensinava valores como a VERDADE, o TRABALHO, e a LUZ DO SABER, NOSSA RIQUEZA...

O Instituto de Odivelas funcionava bem e tinha um projecto educativo modelar.

A extinção do Instituto de Odivelas é um exemplo da hipocrisia política e da subserviência do "obedece quem deve" ao "manda quem pode".

A extinção do Instituto de Odivelas serviu os interesses de alguns para dano de muitos.

A extinção do Instituto de Odivelas é um crime à História de Portugal, mas sobretudo a quem não pôde mais estudar e trabalhar numa escola única no panorama educativo nacional.

A extinção do Instituto de Odivelas é um atentado à condição feminina e à memória de tantas mulheres - as "Meninas de Odivelas".

Há 3 anos atrás, a 15 de Junho de 2013, havia a esperança na Marcha das Rosas. Hoje a lembrança de quem não baixou os braços e não calou a voz.



Este ano, pela primeira vez, desde que a Senhora D. Ilda Vieira plantou os jacarandás do Claustro Principal, não há risos de alunas a ecoar sob as abóbadas, correrias para atravessar o Átrio da Rainha, ir ao Gabinete ou subir e descer a escadaria da Sala do Teto Bonito.  Este ano, pela primeira vez...

E assim se defende a escola... pública.

Margarida Cunha

1 de junho de 2016

Reclamação - Porquê a extinção do Instituto de Odivelas - Infante D. Afonso?

Ex.mo Senhor Presidente da República Portuguesa,
Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa,

Eu cidadã, mãe e professora de História, reclamo pelo facto de uma instituição educativa com 115 anos de História ter sido extinta: o Instituto de Odivelas - Infante D. Afonso (IO).

O senhor Presidente da República de então, antecessor de V. Exa., utilizou os verbos incentivar e acarinhar para elogiar a escola de excelência que foi o IO.

Os senhores deputados da maioria PSD/CDS fizeram declarações de voto, mas votaram pelo encerramento do IO, em virtude da disciplina de voto a que estavam obrigados. PS, PCP e Os Verdes, à excepção do BE, votaram pela continuidade do IO.

E se fosse hoje?

Hoje quando tanto se discute a escola pública e os dinheiros públicos... e o IO era uma escola pública de excelência, repito, e que foi extinta, dava retorno ao Estado, e cuidava de um monumento histórico de raiz gótica com mais de 700 anos.

Não me conformo com a ignorância, a falta de consciência, a ganância, os silêncios e, sobretudo, com a hipocrisia dos discursos sobre a História, a identidade nacional, quando as Meninas de Odivelas e o Mosteiro de Odivelas eram uma espécie de "dois em um " desde 1900.

Numa sociedade amnésica em muitos casos, quem se lembrará já das alunas a desfilar no Dia de Portugal?

Atenciosamente

Com os meus respeitosos cumprimentos,
Margarida Cunha

PS - Poderá ser o "destino", ou não, mas o Mosteiro de Odivelas tem no seu alpendre pessoas sem abrigo e delinquentes durante a noite e o Forte de Santo António da Barra do Estoril  (a casa de férias do IO,) sofreu um incêndio na semana passada. Ditosa Pátria...

29 de maio de 2016

Incêndio no Forte de Santo António da Barra

No dia 26 de Maio de 2015 ocorreu um foco de incêndio, de origem desconhecida, no Forte de Santo António da Barra. Este local era a antiga colónia de férias do Instituto de Odivelas, colégio que foi extinto pela legislatura do Governo de coligação PSD-CDS. O fogo consumiu resíduos num dos compartimentos do forte.
O Forte foi retirado ao IO e entregue à Câmara de Cascais, actual responsável pela sua manutenção, salvo alguma concessão a outra entidade privada.

Dia 10 de Junho e a ausência do Instituto de Odivelas

Pela primeira vez, desde que se comemora o Dia 10 de Junho, o extinto Instituto de Odivelas não estará, por isso, presente.



Alunas do Instituto de Odivelas nas cerimónias oficiais do 10 de Junho



O IO foi encerrado de forma escandalosa.

O IO foi maltratado e esquecido pelos poderes públicos que condenaram uma escola pública e centenária… e de excelência.

O IO foi fundado em 1900 e sobreviveu na Monarquia, na I República, no Estado Novo, no PREC e… na Democracia foi desrespeitado e extinto.

O IO foi vítima de uma discriminação: era uma escola feminina.

O IO foi vítima de um preconceito filho da ignorância e da ganância.

O IO era um incómodo porque funcionava bem e dava retorno ao Estado.

O IO foi fechado porque houve cobiça pelo Mosteiro de Odivelas e pelo Forte de Santo António da Barra no Estoril.

O IO era uma instituição educativa portuguesa com legitimidade histórica.

Uma escola como o IO seria mesmo acarinhada e incentivada num Estado de Direito que verdadeiramente preservasse a identidade e a memória nacionais.

Portugal ficou mais pobre.

Margarida Cunha

21 de maio de 2016

Uma escola extinta, porém pública - O Instituto de Odivelas

Decorreram mais de 116 anos sobre a fundação do Instituto de Odivelas (IO) pelo Rei D. Carlos e pelo Infante D. Afonso. 
Esta escola pública, ao serviço da educação de Portugal, foi frequentada por milhares de alunas filhas de militares e de civis, de todas as condições socioeconómicas, e foi extinta por motivos pseudo economicistas e de género. Na verdade, a questão da igualdade de género é ideológica. Não existem discriminações diariamente em escolas mistas, quer públicas, quer privadas? Acresce que o IO dava retorno financeiro ao Estado ao qual pertencia desde 1900. 
Em muitos países civilizados, as escolas públicas de rapazes e/ou de raparigas são uma realidade perfeitamente normal e natural, enquadrada na liberdade de escolha e no direito de opção das famílias. Num qualquer país civilizado do mundo, os poderes públicos defenderiam uma escola pública como o IO: centenária, de “excelência”  e que funcionava bem. Por que será que em países, só para nomear, como a Inglaterra ou a Alemanha, não existem pruridos relativamente à escola pública diferenciada por género? Estar-se-á perante um avanço civilizacional? 
Em 2016, o Mosteiro de Odivelas encontra-se encerrado e o seu antigo cuidador, o extinto Instituto de Odivelas, tem as salas de aula, laboratórios, ginásio, piscina, anfiteatro, camaratas, refeitório... sem ninguém e sem praticamente nada. O Forte de Santo António no Estoril foi a casa de férias das alunas desde 1915. Nem o ditador Salazar, que lá veraneou, desalojou as alunas do seu espaço de férias. 
Não terão sido outros os interesses a falar mais alto que levaram ao encerramento do IO? O tempo, "esse grande escultor", dará razão a quem defendeu sem preconceitos a vestusta escola. Ficará "mal na fotografia" quem atacou o IO, quem dele se esqueceu na sua agenda política, ou quem o defendeu meramente por razões de timing político, quem não o defendeu por necessidade egoísta e mesquinha de sobrevivência política ou outra.

Há dois pesos e duas medidas na defesa da escola pública, e enfim na defesa da História, nesta democracia de 42 anos. O que é pena.

Maria Rodrigues

 

14 de maio de 2016

O ataque ao património material e imaterial de Portugal que foi o Instituto de Odivelas

Decorreram mais de 116 anos sobre a fundação do Instituto de Odivelas (IO) pelo Rei D Carlos e pelo Infante D. Afonso. Esta escola pública, ao serviço da Educação de Portugal, com alunas filhas de militares e de civis, foi extinta por motivos pseudo-economicistas e de género. Na verdade, em muitos países civilizados, as escolas públicas de rapazes e de raparigas são uma realidade perfeitamente comum e enquadrada na liberdade de escolha e no direito de opção das famílias. Num qualquer país civilizado do mundo, os poderes públicos defenderiam uma escola pública, centenária e que funcionava bem.

Em 2016, o Mosteiro de Odivelas encontra-se encerrado e o Instituto de Odivelas, com as suas salas de aula, laboratórios, ginásio, piscina, camaratas, refeitório... sem ninguém. O Forte de Santo António no Estoril foi a casa de férias das alunas desde 1915. Nem o ditador Salazar desalojou as alunas do seu espaço de férias.

O tempo, "esse grande escultor", dará razão a quem defendeu sem peias o IO.

Ficará "mal na fotografia" quem atacou o IO, quem não levantou os braços e deu um murro na mesa, obviamente demitindo-se, quem o defendeu meramente por razões de timing político, quem não o defendeu por necessidade egoísta e mesquinha de sobrevivência política, profissional ou outra, quem não teve coragem de falar "cada vez mais alto". Rezarão na História por serem fracos.

Maria Rodriges


Estatuto do Instituto D. Afonso em Odivelas a 9 de Março de 1899
Data da fundação – 14 de Janeiro de 1900



 Colónia de férias do Instituto de Odivelas no Forte de Santo António no Estoril, desde 1915


 Símbolo do Instituto de Odivelas
 Uma criação da Rainha D. Maria Pia

2 de maio de 2016

O Instituto de Odivelas - amnésia histórica ou interesses ocultos?

O Instituto de Odivelas (IO) foi fundado em 1900.
O IO foi uma instituição educativa de excelência.
O IO partilhou e conservou o espaço de um antigo Mosteiro e de um Forte, entretanto "cedidos".
O IO tinha instalações e equipamento escolares e de internato em perfeito estado de conservação.
O IO tinha um brasão de armas.
O IO tinha um hino, um grito, um símbolo.
O IO tinha um Código de Honra.
O IO tinha uma divisa - Cada vez mais alto.
O IO teve um Director Coronel que cumpriu com a sua missão e foi afastado pelo ministro da tutela de então.
O IO foi defendido por poucos; outros não apresentaram a demissão.
O IO constituiu o primeiro ataque aos estabelecimentos militares de ensino.
O IO foi extinto.
Quem defendeu verdadeira e intransigentemente o IO no seio das Forças Armadas Portuguesas, e não só, pode estar de consciência tranquila. Foi coerente.
 
Maria Rodrigues, mãe de uma antiga aluna do IO.


18 de abril de 2016

Pangea...IO e excelência!

Para quem conhece o Instituto de Odivelas esta notícia não será propriamente uma surpresa.

Ao longo de 115 anos o IO formou mulheres que hoje, tanto em Portugal como um pouco por todo o mundo, e fruto de uma educação ao mais alto nível, dão o seu contributo para uma sociedade melhor. Anónimas ou em lugares de topo as "Meninas de Odivelas" têm vindo a distinguir-se nas mais diversas áreas. A matemática é uma delas.

No Concurso de Matemática Pangea 2014/2015, o IO surge em destaque. No escalão do do 12º ano quatro alunas conquistaram o primeiro (Margarida Pereira), o terceiro (Mariana Silva), o sexto (Joana Aço) e oitavo (Filipa Pedro) lugares desta competição.


15 de abril de 2016

E assim se extinguiu o Instituto de Odivelas

O Instituto de Odivelas não foi fundido, foi extinto.

O Director do Instituto de Odivelas demitido pelo Ministro da Defesa Nacional do anterior Governo não provocou a demissão de mais ninguém.

O Director do Instituto de Odivelas não foi ouvido pelo poder legislativo face à gritante discriminação de que foram alvo as alunas do Instituto de Odivelas e as famílias que pretendiam que no futuro novas alunas ingressassem no Instituto de Odivelas.

O Instituto de Odivelas tinha um projecto educativo único e irrepetível.

O Instituto de Odivelas era uma escola de excelência.

Em Portugal o que funciona bem é extinto em nome de uma suposta não discriminação de género.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades...


12 de abril de 2016

O caso do antigo Diretor do Instituto de Odivelas demitido pelo ministro da tutela

Um oficial das Forças Armadas tece considerações sobre a demissão do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e refere o caso em torno da demissão do antigo Director do Instituto de Odivelas - Coronel José Paulo Serra

"(...) Sem embargo não nos devemos admirar: com o anterior MDN, um tal Dr. Aguiar traço Branco, já tinha, enquanto CEME, exonerado o então Director do Instituto de Odivelas, por este não estar a ser um zeloso cumpridor da, para sempre maldita, decisão de fechar tão vetusta instituição – que é a raiz recente deste esparvoado caso (a mais antiga é o texto do Programa do PS após a sua fundação, em 1973, que defendia a extinção dos colégios militares!) – tendo aquele ministro vetado, mais tarde, a nomeação daquele oficial, que nada cometeu de errado, para um cargo de adido militar, em Madrid (para onde acabou por ir mais tarde)...


As "meninas de Odivelas" foram discriminadas e ninguém se demitiu por elas. Porquê?


10 de abril de 2016

As “órfãs de guerra” da I Guerra Mundial, antigas alunas do Instituto de Educação e Trabalho (IFET) de Odivelas

Portugal participou no primeiro conflito bélico à escala mundial. No total, nos anos de 1914 a 1918, dos cerca de 105.000 mobilizados portugueses, cerca de 7.770 homens morreram, quer na Flandres, quer em África onde contingentes, desde 1914, operavam no sul de Angola, fronteira com a colónia alemã Sudoeste Africano, e norte de Moçambique, fronteira com a colónia alemã, Tanganica. 

Em 1917 foi enviado para a França o célebre Corpo Expedicionário Português - CEP. Há 98 anos atrás, no dia 9 de Abril de 1918, teve lugar a Batalha de La Lys, na fase final da I Guerra Mundial. O confronto militar ocorreu em plena frente ocidental, próximo de Ypres, na Bélgica e no qual foi infligida uma pesada derrota às forças aliadas, no caso portuguesas e inglesas, por parte do exército alemão. Pereceram neste combate no vale da ribeira de La Lys cerca de 400 militares portugueses e cerca de 6.000 foram feitos prisioneiros.

Nos anos 20, o Instituto de Odivelas (IO), estabelecimento militar de ensino fundado a 14 de Janeiro de 1900, extinto em 2015 pelo Governo da coligação PSD/CDS-PP, viu ingressar alunas “órfãs de guerra” cujos pais, oficiais quer da Marinha, quer do Exército, mortos em campanha e em combate em África e na Flandres, deixaram de ser o sustento, por vezes único, da família. 

Por este facto, as mães ou outros familiares ou tutores viram no então Instituto Feminino de Educação e Trabalho de Odivelas (IFET), e indo ao encontro da sua missão inicial, o futuro escolar ideal para as filhas de quem morreu pela Pátria. Tais meninas e raparigas tiveram uma educação e uma instrução integralmente a expensas do Estado Português. 

As alunas recebiam uma formação integral essencial ao ingresso no ensino universitário e à entrada no mundo do trabalho, numa época em que a emancipação feminina e a conquista dos direitos das mulheres eram uma realidade impossível de ignorar nas sociedades ocidentais na Europa e nos EUA.

Nos anos 20, as alunas do IFET participaram no evento Festa Desportiva a favor das Viúvas e Órfãos da Grande Guerra, no Stadium do Lumiar em Lisboa.