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26 de julho de 2016

Forte da Barra a saque

Notícia sobre o Forte de Santo António do Estoril, no Jornal da Região - Cascais, distribuído com o Expresso, de 20-26 de Julho de 2016.


Património do IO em caixotes

No dia 16 de Julho de 2016 era assim que se encontravam os espaços do IO.

 

O IO - por que foi realmente extinto?

Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República
Exmos. Senhores Deputados da Assembleia da República Portuguesa,

Em Portugal foi extinta uma escola de excelência que funcionava bem, com retorno financeiro para o Estado, com sucesso educativo e que preservava o Mosteiro de Odivelas, desde 1900, data da fundação do IO, e o Forte de Santo António do Estoril, desde 1915, a colónia de Férias do IO.

Hoje a escola já não existe, os edifícios acima citados estão fechados e em perigo - vejam-se os actos de vandalismo recentes - e perdeu-se um património educativo único - a escola das "Meninas de Odivelas". Não era esta uma marca identitária nacional?

Esta escola foi vítima, entre outras causas certamente, do puro preconceito. A decisão foi tomada e aprovada em democracia mas como cidadã, mãe, professora de História julgo, com o devido respeito, que este património seria tratado de forma diferente por exemplo em França onde existe um colégio semelhante desde o século XIX - A Casa de Educação da Legião de Honra - onde os fundadores do IO foram encontrar inspiração e modelo, em Inglaterra onde escolas do mesmo tipo existem, centenárias ou não, ou noutro qualquer país civilizado que preza a sua História e a sua Educação.

Nunca entenderei esta decisão legal mas injusta de extinguir uma escola única no panorama educativo nacional.

Atenciosamente

Com respeitosos cumprimentos,

Margarida Cunha


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24 de julho de 2016

105.º Aniversário da Senhora D. Ilda Vieira - antiga aluna e antiga funcionária do Instituto de Odivelas – Infante D. Afonso


No dia 22 de julho de 2016, a antiga aluna (AA176/1919) e antiga funcionária do Instituto de Odivelas – Infante D. Afonso, Ilda Gonçalves Vieira, celebra 105 anos de vida. A decana das antigas alunas do IO está de parabéns pela bonita e longa idade.
A vida de Senhora D. Ilda Vieira confunde-se com a História do IO. Entrou para o então Instituto Feminino de Educação e Trabalho de Odivelas - IFET, em 1919, apenas com sete anos. Natural de Abrantes, e órfã de mãe em 1918, pertencia a uma família de seis irmãos. Fez o Curso de Formação Doméstica e desde sempre trabalhou e viveu no IO até há cerca de quatro anos.
A Senhora D. Ilda constitui uma referência e um exemplo para todos os que estudaram ou trabalharam no IO. Muitas gerações de alunas recordam a personalidade forte, a presença constante, o profundo conhecimento da História do Mosteiro de Odivelas e do Instituto de Odivelas. Viveu a I República, o Estado Novo e a Democracia naquela que ela designa de sua “casa maravilhosa” – o IO.
Muitos parabéns, Senhora D. Ilda!

Ilda Vieira é a 4ª aluna sentada, a contar da esquerda.

 
Em 2010 no Claustro Principal do Mosteiro de Odivelas - Ilda Vieira à direita e à esquerda a antiga aluna e professora de Filosofia no IO Cesaltina Silva (falecida há dois anos atrás).

12 de julho de 2016

Quanto valem uma centena, uma dezena e cinco unidades?

Excelentíssimos Representantes dos Órgãos de Soberania de Portugal,

O Instituto de Odivelas (IO) foi extinto há um ano atrás, mais precisamente deixou de funcionar quando terminaram as provas de exame nacional para as últimas alunas do 9.º e do 12.º ano.

Os poderes públicos decidiram extinguir uma escola com 115 anos de História que funcionava bem, frequentada desde sempre por alunas de diversas condições socioeconómicas, uma escola com sucesso educativo e que dava retorno financeiro ao Estado.


Anos 10



Anos 40


 2013

Como podem os poderes públicos afirmar que defendem a História de Portugal? Saberão da História do IO? Hoje, os edifícios que a escola preservava respectivamente desde 1900 e 1915  estão encerrados e em perigo, eminente ou efectivo, de vandalismo e sem destino aparente: o Mosteiro de S. Dinis de Odivelas e o Forte de Santo António da Barra em S. João do Estoril.

As "meninas de Odivelas" eram uma marca nacional. Durante décadas, gerações de alunas foram educadas e formadas no IO. Deram um contributo a Portugal e a retribuição foi o fecho de uma escola centenária que foi respeitada na Monarquia, na I República, na Ditadura, no PREC. Na III República o desconhecimento, a insensibilidade e o preconceito conduziram ao desaparecimentos de uma escola de excelência.

A crise de valores e a amnésia nacional selectiva são um sinal dos tempos. A História serve para embelezar e emoldurar discursos de ocasião. Afinal quanto valem uma centena, uma dezena e cinco unidades? Ou de que falamos quando falamos de valores?

Atenciosamente

Com os meus respeitosos cumprimentos,

Maria Margarida Cunha