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21 de dezembro de 2015

O "Instituto de Odivelas" ou a insustentável fortaleza do sexo feminino

O Instituto de Odivelas (IO) foi extinto por decisão do Governo da anterior Legislatura. 
O Instituto de Odivelas era uma escola de excelência com 115 anos de História e, mercê do processo de gradual extinção, no ano lectivo anterior apenas alunas do 9.º ano e do 12.º ano puderam aprender no Instituto de Odivelas. Ainda assim, o desempenho das alunas do 12.º ano foi notável, tendo em conta a enorme carga emotiva que condicionou a vida escolar das alunas. Porque  houve menos de 100 provas de exame, o IO não entrou nalguns rankings com tal número mínimo. Porém, no ranking do jornal Público/Universidade Católica Portuguesa, o IO ficou classificado como a melhor escola pública no ranking de escolas em 2015, surgindo no 25.º lugar com a média de 12,93 valores nas provas de exame nacional do 12.º ano. 
Porquê o encerramento de uma escola centenária onde sempre imperaram o rigor, a qualidade e a exigência? Porquê o preconceito face a uma escola pública feminina numa Europa plural, civilizada, não discriminatória dos direitos das mulheres? No passado mês de Outubro, o Instituto de Odivelas foi condecorado com a medalha de serviços distintos - Grau Ouro - pelo Presidente da República Portuguesa. Com que sustentável leveza foi extinto o Instituto de Odivelas?

Margarida Cunha



17 de dezembro de 2015

O Instituto de Odivelas - um senhor de anéis

O actual Ministro da Defesa Nacional referiu em entrevista ao Expresso:

“É altura de ficarem os dedos e tanto quanto possível preservarmos alguns dos nossos anéis, há instituições em concreto com excelência acima da norma e capacidade de desenvolvimento que qualquer Estado moderno tem o dever de acarinhar”.

Em 2010, o actual Presidente da República Portuguesa referia na cerimónia solene do 110.º Aniversário do IO que este devia ser acarinhado e incentivado.

Em 2012, 2013, 2014 e 2015, o Instituto de Odivelas, leviana e estranhamente foi extinto às pinguinhas pelo anterior Governo, destruindo-se uma instituição educativa de excelência com 115 anos de existência.

No final de 2015, o Estado Português incorre numa enorme contradição: o actual Presidente da República condecora com medalha de serviços distintos - Grau Ouro o Instituto de Odivelas, mas o mesmo Instituto de Odivelas  não pode desenvolver a sua elevada missão desde 1900: servir a Educação em Portugal.

Impensável em qualquer Estado moderno!

Marg

 

13 de dezembro de 2015

IO é a primeira escola pública no ranking de escolas 2015

O Instituto de Odivelas, Escola de Excelência nos últimos 115 anos e recentemente encerrado por despacho do Ministro da Defesa Aguiar Branco, ficou classificado como a melhor Escola Pública no ranking de escolas em 2015. 

Globalmente, o IO surge no 25º lugar com uma nota média de 12,93 valores e 55 provas.

 

Mais informação sobre o ranking de escolas 2015 aqui.

11 de dezembro de 2015

Sentença de providência interposta por antigas alunas e amigos do IO

A Justiça fez-se ausente no processo de destruição do Instituto de Odivelas. Deixou arrastar deliberadamente a providência cautelar interposta em Junho de 2014, tendo a sentença sido lida só em 7 de Julho de 2015... Já o tinha feito na providência cautelar interposta pela Associação de Pais das alunas. Esta é a forma frequentemente utilizada para esvaziar providências cautelares. A Justiça lava as suas mãos e dá o aval à destruição de uma instituição centenária inigualável e de indiscutível qualidade. Odivelas fica mais pobre, com a conivência dos seus edis. O País empobrece pela mão dos deputados de todos os quadrantes.

Por omissão, medo, subserviência, desconhecimento, cupidez ou estupidez, meios de comunicação que se calaram e Presidente da República,  ex-Primeiro-Ministro, ex-Ministro da Defesa e militares da mais alta hierarquia do Ministério da Defesa, Ministério das Finanças, Presidentes das Câmaras de Cascais e de Odivelas, candidatos a Presidente da República, todos são coniventes neste acto contra o País, contra a Democracia, contra a Educação e contra as Mulheres. 






9 de dezembro de 2015

O fecho da abóbada para o negócio de destruição da História do Instituto de Odivelas

Na balança dos poderes, o que ontem era uma Causa hoje já não o é; antes uma oportunidade oportunista, perdoe-se o pleonasmo, de negócio, de investimento...

Do Instituto de Odivelas já não se fala. Viva o Mosteiro de Odivelas!

E PSD e PS estão de mãos dadas, agora no poder local, em Odivelas, se bem que no poder central estejam de costas voltadas.

Desmantela-se uma escola de excelência, única em Portugal, fundada em 1900, por motivos ideológicos, económicos e gastam-se milhões no interior de um edifício em perfeito estado de conservação onde funcionava uma escola com 115 anos que foi morta, rapidamente e em força, pelo anterior Executivo, e que agora vai a enterrar.

Ah, por que não estamos na livre Inglaterra?

No edifício de raiz gótica sai uma escola e entram oportunidades, interesses, depressa e depressinha que se faz tarde.

Desinveste-se na educação em Portugal, com a decisão de um Executivo que Passou, aproveitada pelo executivo camarário de Odivelas que ESTÁ, mas que no passado recente falava, na voz da Presidente Edil do PS, Dr.ª Susana Amador, condoidamente de "apagão da História" para caracterizar a extinção do IO pretendida pelo Governo de Portugal do PSD. O PS de Odivelas estava contra. O PSD de Odivelas contra estava.

Agora fez-se luz, uma enorme centelha de luz para os que querem entrar para a nova barca das oportunidades!  Ou será para um pote de ouro para lá do arco íris?

Difícil descortinar, agora, os apoiantes partidários da Casa e Causa do IO. Mais fácil encontrar uma agulha num palheiro.

Em Portugal, por ignorância, ou melhor, por ganância, há dois pesos e duas medidas para a História de Portugal.

Fechou-se uma abóbada de interesses, bem diferente daquela que sobreviveu ao terramoto de 1755, na igreja do Mosteiro de Odivelas. A mesma onde permanece, por enquanto, a escultura de Nossa Senhora da Conceição oferecida pela Rainha D. Maria Pia às alunas do IO. Que Rainha? A quem?

É a República que temos. Com 105 anos de Idade.


Maria Flor


No Claustro Principal do Instituto de Odivelas no Mosteiro de S. Dinis de Odivelas

5 de dezembro de 2015

Mosteiro de Odivelas – a Pressa, a Oportunidade e o Investimento

Em reunião da Câmara de Odivelas, a 18 de Novembro de 2015, o PS, apoiado pelo PSD, aprovou o investimento de 16 Milhões de euros nas obras de reabilitação e manutenção do Mosteiro de Odivelas, impostas pelo Governo cessante para que o Município possa tomar “posse” do Mosteiro de Odivelas durante 20 anos.

23 de novembro de 2015

As alunas do IO e as Alunas da MELH

Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República Portuguesa

Exmas. Senhoras Deputadas e Exmos. Senhores Deputados da Assembleia da República Portuguesa


A fotografia que apresento a V. Exas. não pode ser repetida. O Instituto de Odivelas (IO), escola fundada em 1900, foi extinta. A sua congénere francesa, fundada no século XIX por Napoleão Bonaparte em França, e que inspirou a  criação do IO - a Maison d´Éducation de la Légion d´Honneur (MELH), continua a ser uma referência central na educação francesa e é motivo de orgulho no país. Desde 1977 que existia um intercâmbio escolar e cultural entre as duas escolas. Não mais, em 2015.

O Instituto de Odivelas foi fundado pelo Rei D. Carlos e pelo Infante D. Afonso.

O Instituto de Odivelas foi uma escola de excelência, pioneira e inovadora no passado e no presente. Foi extinta.

Em Portugal há liberdade de escolha e direito de opção pelo ensino diferenciado por género em escolas privadas, financiadas pelo Estado.

O Instituto de Odivelas dava retorno financeiro ao Estado Português.

O Instituto de Odivelas funcionava no Mosteiro de S. Dinis de Odivelas. A MELH funciona no Mosteiro de Saint-Denis, nos arredores de Paris.

Porquê o desaparecimento de uma escola com 115 anos de História?


18 de novembro de 2015

Devolução do IO à população

Câmara de Odivelas pretende o uso público do Instituto de Odivelas


Encerrado desde o fim do ano letivo 2014/2015, o edifício do Mosteiro de Odivelas, onde funcionou desde 1902 o Instituto de Odivelas, pode vir a albergar uma série de serviços municipais e públicos. A Câmara de Odivelas propôs, hoje, dia 18 de novembro, em reunião de Câmara, o início de um processo negocial com os Ministérios da Defesa Nacional e das Finanças, destinado a fixar o período de tempo e as contrapartidas financeiras que permitam a utilização deste Monumento Nacional. Estrategicamente, a Cãmara pretende, desta forma, iniciar um processo de criação de uma nova zona de interesse público na cidade, centralizando uma série de Serviços Municipais da Autarquia, o Centro Interpretativo D. Dinis, uma Divisão da PSP, um Estabelecimento de Ensino e outros serviços de Interesse Público. Depois da inopinada decisão de encerramento do Instituto de Odivelas, tendo em conta o valor histórico-cultural do Mosteiro de Odivelas, Monumento Nacional e a sua localização, a CM de Odivelas espera responder assim à necessidade de solucionar este problema, devolvendo este equipamento à cidade e aos seus cidadãos.

10 de novembro de 2015

O Instituto de Odivelas, um modelo de instituição pública

O Instituto de Odivelas (IO), uma escola fundada em 1900, foi extinta na passada legislatura, pese embora os votos contra do PS, do PCP e do PEV e das declarações de voto de muitos senhores deputados do PSD e do CDS mas que votaram, mercê da disciplina de voto, a favor da extinção de uma escola com 115 anos de História e com instalações em perfeito estado de conservação. 
Muitas foram as antigas alunas que defenderam a escola junto do poder executivo, do poder legislativo e do poder judicial. Tiveram alguns apoios, mas pouco mediáticos, pois o preconceito e o desconhecimento histórico constituíram fortes barreiras em torno de uma escola que foi “de excelência”, modelar em diversas áreas e pioneira em desbravar o caminho para que a mulher em Portugal pudesse ter tido o acesso à educação e a uma profissão, já em tempo da Monarquia. 
O IO sobreviveu à I República, à ditadura e pereceu na democracia. Estranho este tempo de crise de identidade nacional e de menosprezo por instituições centenárias. Na Alemanha, o ensino diferenciado público está a ser incrementado, na França, a escola inspiradora do IO, a Maison d’Éducation de la Légion d’Honneur, fundada no século XIX, é uma referência que orgulha o país, na Inglaterra seria impensável fechar uma escola com as características do IO. Em Portugal por interesse e por preconceito, e aqui a ordem dos fatores não será arbitrária, faz-se desaparecer uma escola que tinha procura por parte de muitas famílias, e que foi liminarmente negada por decreto, que tinha um Projeto Educativo único, que era um exemplo da liberdade de escolha e do direito de opção no que ensino público diz respeito e que, pasme-se, dava retorno financeiro ao Estado. Uma vez mais, modelar.


Maria Rodrigues

12 de setembro de 2015

No Colegio Militar as camas têm género...

As camaratas femininas no CM não estão prontas e as alunas estão a dormir no Palácio Mesquitela (edifício velho à entrada do CM). As camas e os armários são os que pertenciam aos rapazes. Na camarata dos rapazes todo o mobiliário é novo. Descubram as diferenças!



8 de setembro de 2015

1 de setembro de 2015

O lamentável encerramento do IO

O Governo em funções, através do seu Ministro da Defesa – seguramente um dos piores ministros desde que o cargo foi criado, em 1950 – decidiu encerrar o Instituto de Odivelas, escola notável, centenária e de excelência.

31 de agosto de 2015

Dos fracos não reza a história.

"Depois de vicissitudes várias, em que altos e baixos se enxergam, no quinquagésimo aniversário da sua existência efectiva ressurge o Instituto de Odivelas, remodelado nas suas instalações, reintegrado no seu espírito aquecido pela chama de Deus. A testemunhar que também em Portugal e sob a égide do Estado podem constituir-se e perdurar instituições exemplares de formação patriótica e de educação cristã."
 


27 de agosto de 2015

Colégio Militar em Angola

Depois de destruir com grande afinco a melhor das escolas militares portuguesas, o Instituto de Odivelas, Berta Cabral deslocou-se a Angola para uma reunião de trabalho para discutir, entre outros assuntos, a criação de um Colégio Militar em Luanda, o primeiro de vários que as autoridades angolanas pretendem instalar pelo país. 

Em 2010, já tinha ocorrido uma recolha de fundos por parte de alunos, pais e professores do Colégio Militar para a construção de um Colégio Militar em Angola.

3 de agosto de 2015

Salazar e o acidente no Forte de Santo António da Barra


Há 47 anos atrás, no dia 3 de Agosto de 1968, Salazar teve um acidente no Forte de Santo António da Barra, em S. João do Estoril, que o afastou do poder.

Dizem testemunhos da época que o Presidente do Conselho pedia autorização à então Directora do Instituto de Odivelas (IO), Dr.ª Deolinda Santos, para poder estar no edifício secular e que desde início do século XX foi a Casa de Férias do IO (de acordo com painel de azulejo que o atesta e comprova).


A estadia de Salazar nunca interferiu ou coincidiu com o período de férias das alunas. O ditador pagava em escudos, do seu bolso, e de acordo com os preços de época alta da Linha do Estoril os dias que permanecia de férias.

Em ditadura, o poder político respeitou o IO. Em democracia há um assalto à fortaleza para ganhar milhares de euros, há um total desrespeito pelo património histórico e educativo que representa o Instituto de Odivelas - Infante D. Afonso.

O poder político central e poder local ignoram deliberadamente a história e as vivências de um sítio histórico. Trata-se de uma amnésia histórica propositada, mas a memória não se apaga.


E tudo o MDN levou...

Obstinadamente, contra a vontade de alunas, pais, antigas alunas e comunidade Odivelense, o Ministério da Defesa Nacional (MDN) encerrou o Instituto de Odivelas (IO) e começou a distribuir o seu património: o MDN disse que iria devolver à população (!) o mosteiro de São Dinis, onde a escola funcionava – irá para a Câmara de Odivelas (CMO)? O Forte de Santo António do Estoril, cedido em 1919 ao IO para colónia de férias das alunas, irá para Câmara de Cascais (CMC). 

O Infante D. Afonso nasceu há 150 anos

No dia 31 de Julho de 1865 nasceu o segundo filho da rainha D. Maria Pia e do rei D. Luís no Palácio da Ajuda, em Lisboa. De seu nome completo: Afonso Henrique Maria Luís Pedro de Alcântara Carlos Humberto Amadeu Fernando António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando Inácio de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança.

O também Duque do Porto e Condestável do Reino, juntamente com a rainha-mãe, foi  o fundador da escola com 115 anos que agora o Governo de Portugal pretende extinguir. Foi, igualmente, general de divisão do exército português e inspector-geral da arma de Artilharia e, ainda, Comandante Honorário dos Bombeiros Voluntários da Ajuda. Ficou conhecido pela alcunha do Arreda, pois na época seria o que dizia aos transeuntes da Calçada da Ajuda e de outras ruas de Lisboa quando conduzia o seu automóvel. Foi, então, o responsável pela organização das primeiras corridas de automóvel, em Portugal. Representou o irmão, o rei D. Carlos e depois o sobrinho, o rei D. Manuel II,  em Portugal e no estrangeiro, em missões oficiais. Exilado desde 1910 em Itália, terra da sua mãe, casou em 1917, em Madrid, com uma cidadã americana - Nevada Stoody Hayes. O casal não teve filhos.

O Infante D. Afonso morreu a 21 de Fevereiro de 1920 em Nápoles, Itália. O seu túmulo encontra-se no Panteão da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de S. Vicente de Fora, em Lisboa.


2 de agosto de 2015

Tabela Periódica do IO

Alunas do IO, sob a orientação da prof. Teresa Pericão, construiram uma tabela periódica de grandes dimensões (cerca de 8 metros quadrados). Pedimos às autoras, alunas do 8º ano do ano lectivo 91/92, que identifiquem o elemento químico que desenharam, usando o espaço de comentários deste blog.


A extinção do Instituto de Odivelas rapidamente e em força

O Governo de Portugal pretende extinguir uma instituição educativa com 115 anos de História. Um enorme malefício para a Educação e para História de Portugal. Como se pode defender a valorização da História e a excelência no ensino e na aprendizagem, de acordo a lei, quando a mesma lei extingue o Instituto de Odivelas (IO)? Estas são questões que emergem da análise do decreto-lei  125/2015 de 7 de julho de 2015.

Também não existe nem liberdade de escolha nem direito de opção no que ao IO diz respeito. A escola mais económica, a única pública que dá retorno ao Estado e a que apresenta melhores resultados escolares, inclusive no ano lectivo que findou, é a que encerra. Entretanto, mais 53 milhões de euros são destinados a escolas privadas, algumas das quais com ensino diferenciado por género, o tal que, a par da racionalização de custos, serve de argumento para o fim de uma escola que existe desde 14 de Janeiro de 1900.

Resta saber quem irá realmente fruir do património histórico e educativo que o IO representa nesta fase de final de legislatura. Em 2015, o IO tem instalações em perfeito estado de conservação: salas de aula e multimédia, biblioteca, salas de Teatro, de Culinária, de Puericultura, de Música e Coro, refeitórios, ginásio, piscina coberta, laboratórios, camaratas. Entretanto, no Colégio Militar está a ser construída uma camarata feminina que orça mais de 4 milhões de euros.
O IO é um exemplo de ensino de excelência, reconhecido pela comunidade e pelo seu mais alto representante, o Presidente da República.  Em França, seria impensável extinguir uma escola centenária como a Maison d' Éducation de la Légion d´Honneur. Em Inglaterra não se extinguem escolas centenárias que funcionam bem, e julgo que em nenhum país civilizado do mundo. Nenhum?

Maria Rodrigues

 

30 de julho de 2015

Rede de turismo militar dá "os primeiros passos"

O Governo vai lançar uma rede de turismo militar, que abrange infraestruturas em todo o país e nos países de língua portuguesa.

Saque do final de regime

Marinha cede Farol/Capela de S. Miguel-o-Anjo à Cultura.

Noticia completa aqui.

AOFA apoia petição internacional pelo IO

Extrato de uma notícia da AOFA:
"Caros camaradas
No espaço "Os Militares têm a palavra” poderão aceder (e subscrever) à petição internacional a favor da manutenção do Instituto de Odivelas como Estabelecimento Militar de Ensino (com excelentes resultados nacionais, acrescente-se).
Entretanto, não deixa de ser curioso verificar que o Governo vai gastar 420 milhões de euros com turmas do ensino privado, que, no público, custariam menos 40 milhões (CM). Em nome da "liberdade de escolha”, quando, "ali ao lado”, existem escolas públicas com vagas e com qualidade…"


27 de julho de 2015

Dia 28 de julho o MDN entrega o IO à Câmara de Odivelas

Na próxima 4F (dia 28 de Julho de 2015) o MDN irá entregar o Mosteiro de S. Dinis  à Câmara de Odivelas.
Entretanto está em curso o saque dos bens do Instituto de Odivelas pelo Colégio Militar, que manda professoras que eram do IO proceder à retirada de tudo.


Qual é o papel do Primeiro-ministro na extinção do IO?

Apesar de haver várias “teorias da conspiração” relativamente ao encerramento apressado do Instituto de Odivelas, há umas que parecem mais plausíveis que outras.

O Primeiro-ministro Passos Coelho sempre aparentou estar “alienado” da questão, apesar de lhe termos feito chegar às mãos vários dossiers com informação completa sobre o processo de extinção.

Sabemos que ele recebeu a informação e optou por não intervir.

Sabemos que a Câmara de Odivelas encomendou ao Instituto Politécnico de Tomar, Centro de Estudos de Turismo e Cultura, um estudo sobre Turismo em Odivelas o qual concluiu que “…o grande elemento de atracção é o mosteiro de S. Dinis…” e apresenta como “…factores desfavoráveis: não é um edifício municipal, como pertence ao exército a sua utilização é restrita.”

Também sabemos que, antes de ser 1º Ministro, Pedro Passos Coelho foi professor de Economia Aplicada e Economia do Turismo no Instituto Superior de Ciências Educativas (ISCE), na Ramada, concelho de Odivelas. 

ISCE (ensino superior com cursos na área do Turismo) pertence ao Grupo PEDAGO, ao qual também pertencem, entre outros, o Externato Pica-Pau (pré-escolar e 1º ciclo), o Instituto de Ciências Educativas (2º ciclo, 3º ciclo e secundário), e a Universidade Sénior de Odivelas, ou seja, um grupo que vai do pré-escolar ao ensino universitário, espalhado por vários locais no concelho de Odivelas.

O ISCE e a Câmara de Odivelas têm vários (muitos) pontos de contacto:
  • Protocolos na área do Turismo;
  • A ex-Presidente da Câmara de Odivelas, Susana Amador, é também Presidente da AG da Universidade Sénior; 
  • A coordenadora da área de turismo da Câmara de Odivelas, Fátima Paixão, é também professora no ISCE (é a ela que é atribuída a frase “Odivelas vai ter um hotel e nem vai ser preciso construir”);  
  • O director municipal de gestão e administração, Hernâni Boaventura, é também professor e accionista no ISCE, para além de ter feito alguns estudos para a Tecnoforma (a tal do Passos Coelho).
Ao contrário do Instituto de Odivelas, escola pública que o 1º Ministro nunca visitou, o ISCE, escola privada, conta com ele em todas as cerimónias e aniversários.

Não acreditamos em bruxas, mas que las hay, las hay!...

25 de julho de 2015

Câmara de Cascais compra Forte de Santo António - o saque está em curso



O Instituto de Odivelas dispunha desde 1925 e até agora do uso do Forte de Santo António no Estoril como colónia de férias, tal como o Colégio Militar dispõe (ainda) da Feitoria em Oeiras.

A Câmara de Cascais andou atrás deste imóvel. O assédio do Sr. Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais, chegou a ser incomodativo. O IO aguardava por obras no Forte da responsabilidade da Câmara Municipal de Cascais a troco da cedência de metade da área. Mas a Câmara de Cascais não fez nada, invocando restrições financeiras de contexto.

O Forte de Santo António foi visitado em 2012 por Paulo José Cutileiro Cerqueira Correia, licenciado em Direito pela Universidade Católica do Porto, membro da equipa da empresa de advogados José Pedro Aguiar-Branco e Associados, R.L., nomeado em 2011 como adjunto do Gabinete do Ministro da Defesa. Esteve lá com a vereadora da cultura, desejou conhecer o espaço, o célebre local onde o Dr. Salazar passou férias e onde caiu – ainda hoje conservado como se encontrava na época – e tirou até fotografias com o telemóvel.

Posteriormente quem foi visitar o Forte foi João Carlos Espada, professor na Universidade Católica e consultor para Assuntos Políticos do Presidente da República Portuguesa desde 2006. Foi nessa ocasião acompanhado pelo Almirante Vieira Matias, professor convidado do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, fundado e dirigido pelo dito João Carlos Espada, e autor de diversos trabalhos sobre estratégia marítima, segurança nacional e economia do mar. Ao que constou na altura, pediram uma visita histórica, mas como testemunhado pela professora Cesaltina que acompanhou a visita, andaram a ver que paredes é que podiam deitar abaixo e no final da visita pediram as plantas do forte.

O Forte de Santo António que foi residência de Verão de Salazar será adquirido por 2.495 mil euros pela Câmara de Cascais e terá um espaço museológico e um centro de investigação ligada à economia do mar.



Tantas ligações, tanta gente envolvida nos negócios para apropriação da coisa pública. Cavaco Silva finge que nada sabe e não respondeu a nenhum dos muitos apelos que lhe foram dirigidos para poupar o Instituto de Odivelas. Maria Cavaco Silva, menina de Odivelas honorária, ensurdeceu e emudeceu.

O saque está em curso.

Petição IO

Foi criada uma petição para salvar o IO, apelando ao Primeiro Ministro:
 
Prime Minister of the Government of Portugal: We call on you to save the school of Instituto de Odivelas (IO)


  • Instituto de Odivelas, created 115 years ago, is the only public boarding school in Portugal for girls aged 9 to 17.



  • IO provides a top class education and high standards to daughters and orphans of military personnel, and civilians, including girls from countries that use Portuguese as a language.
  • IO's phased extinction meant that the girls are being shifted to the equivalent army school for boys, and that they have lost their curriculum, their space and all their symbols: uniform, hymn and flag. In the boy's school they are now handling guns since the age of 9. Their education became a boy's education.
  • IO has always occupied the highest ranks among secondary education schools in Portugal. 
  • IO occupies a convent from the XIII century, in prim conditions, adapted with dormitories, classrooms, science and language laboratories, computers, gymnasium and swimming pool. Specific curriculum choices include cooking and learning to deal with young babies.
  • Former IO students have distinguished themselves in their professions, which include arts, science, engineering, medicine, literature and politics.
  • The government uses economic arguments to close the school, but those have been shown not to be correct. Among the military schools in operation, IO proved to be the cheapest and the most successful.
  • As elections for Parliament are approaching next October the time is right to apply all the pressure we can master on the Prime Minister.
  • LET US SAVE INSTITUTO DE ODIVELAS.
  • LET THERE BE EQUALITY OF OPPORTUNITIES FOR GIRLS AND BOYS IN EUROPE IN THE XXI CENTURY.
  • LET THE GIRLS AND THEIR PARENTS RETAIN A CHOICE!
  • 24 de julho de 2015

    104.º aniversário da Senhora D. Ilda Vieira

    A antiga aluna senhora D. Ilda Vieira é história viva do Instituto de Odivelas onde viveu desde os 7 aos 100 anos de anos de idade. No dia 22 de Julho de 2015 completou 104 anos de vida.

    A História não se apaga!


    23 de julho de 2015

    A sentença da providência cautelar, após um ano!

    O tribunal deixou arrastar para não decidir, como já tinha acontecido com a providência cautelar interposta pela Associação de Pais e Encarregados de Educação das Alunas do Instituto de Odivelas. Casos flagrantes de denegação de justiça a pedir atenção urgente.
    Divulgamos aqui a Petição inicial da providência cautelar sobre questões de género, o Despacho  e Oposição do MDN e finalmente a Sentença.


     

    22 de julho de 2015

    Resultados escolares e dos Exames Finais Nacionais da 1.ª Fase no Instituto de Odivelas

    As alunas do 12.º ano do Instituto de Odivelas conseguiram resultados escolares notáveis num ano particularmente difícil e doloroso face à imposição do encerramento da escola por parte do Governo de Portugal. Apesar das variáveis emocionais e afectivas que condicionaram o desempenho escolar ao longo do ano lectivo de 2014/2015, os resultados na 1.ª Fase dos Exames Finais Nacionais estiveram acima das médias nacionais:

    Média de Matemática A: 14 [Média nacional – 12]

    (25% entre 18 e 20 a Matemática A)

    Média de Português A: 13 [Média nacional – 11]

    De referir que a média total de todas as disciplinas do currículo do 12.º ano no Instituto de Odivelas foi de 17,09


    Dia 21 de julho de 2015 o dia em que, uma vez mais, o Poder expulsou as mulheres do Mosteiro de Odivelas

    No século XXI extingue-se uma escola centenária para se “fazer História”. Tamanho paradoxo!

    O IO é extinto e as suas instalações, sitas no Mosteiro de Odivelas, desde 1900, e no Forte de Santo António da Barra, desde 1915, destinar-se-ão, de acordo com a lei, à fruição da comunidade. Resta saber quem realmente irá fruir deste património histórico e educativo. Em 2015, o IO tem instalações em perfeito estado de conservação: salas de aula e multimédia, biblioteca, salas de Teatro, de Culinária, de Puericultura, de Música e Coro, camaratas, refeitórios, ginásio, piscina coberta, laboratórios, etc. O Governo de Portugal pretende extinguir uma instituição educativa com 115 anos de História. Um enorme malefício para a Educação e para a História de Portugal. Como se pode defender a valorização da História e a excelência no ensino e na aprendizagem, de acordo a lei, sendo que a mesma lei extingue o IO? Estas são questões que emergem da análise do decreto-lei 125/2015 de 7 de Julho de 2015. Acresce que o Instituto de Odivelas é um exemplo de ensino de excelência, reconhecido pela comunidade e pelo seu mais alto representante, o Presidente da República. Em França, seria impensável extinguir uma escola centenária como a Maison d' Éducation de la Légion d´Honneur. Em Inglaterra não se extinguem escolas centenárias que funcionam bem, e em nenhum país civilizado do mundo. Nenhum?

    Mas estamos em Portugal. A crise, a conjuntura desfavorável, dirão uns. Outros pensam que o IO passou o prazo e validade ou tem continuidade noutras escolas ou colégios. Há alunas até “travestidas” de rapazes. Mas a vida continua!

    Milhões já em negócio no Forte de Santo António, e outros que se preparam em surdina para o IO, esmagam uma instituição educativa com legitimidade histórica. Em período de final de legislatura, esses são os “valores” mais altos que rapidamente se querem transaccionar. Aos poucos, o IO foi sendo abandonado pelo poder político, pelo poder judicial, pelos apoiantes de ocasião e pelo oportunismo daqueles que vêm...e... vão.

    Mas muitos são os que continuam a a lutar pela casa e pela causa.

    O dia 21 de Julho de 2015 foi um dia muito triste para o IO. As alunas do 12.º ano vestiram pela última vez o seu uniforme pois terminou a 2.ª Fase dos Exames Nacionais. Quase normal para alunas finalistas que eram, mas ainda mais emocionante pois foram dignas num ano tão difícil e adverso, quão determinante para as suas vidas futuras. Para as alunas do 9.º ano, para as alunas de todos os anos da escolaridade obrigatória em Portugal está interdito um Projecto Educativo único que não é replicável, está interdita a carismática farda castanha devido à prepotência de um Poder  que não respeita 115 anos de História de excelência no Ensino em Portugal.

    Maria Rodrigues

    20 de julho de 2015

    Câmara de Cascais vai comprar Forte de Santo António da Barra

    A Câmara Municipal de Cascais vai investir 4.7 milhões de euros na compra de quatro fortes: o Forte de Santo António da Barra ou Forte de Salazar (2,4 milhões de euros), o Forte do Guincho ou Forte do Abano (935 mil euros), o Forte de São Pedro ou Forte da Poça (635 mil euros) e o Forte de São João da Cadaveira (635 mil euros).

    13 de julho de 2015

    Provas finais do 9.º ano no IO - a tradição dos bons resultados mantém-se

    O Instituto de Odivelas (IO) foi alvo de uma extinção lenta nos últimos dois anos, mercê dos despachos do Governo de Portugal.

    Centenas de alunas foram obrigadas a sair para outras escolas e foram forçadas a quebrar laços com colegas, professores, funcionários que vinham desde os seus 9 anos. Foram forçadas a deixar uma escola com 115 anos de História e de excelência. Centenas de candidatas a alunas não puderam inscrever-se no IO.

    No ano lectivo de 2014/2015, apenas o 9.º ano e  o 12.º ano puderam funcionar no IO. Mas o IO não fechou!

    As alunas ficaram, corajosamente, no IO, sabendo que teriam pela frente um ano difícil, sobretudo as do 9.º ano, por não poderem continuar o seu percurso escolar no IO, abruptamente interrompido por leis injustas. Enfrentaram um ano atípico, mas continuaram a trabalhar com todas as dificuldades e todos os constrangimentos. Por fim, as meninas de Odivelas de casaco bordeaux conseguiram resultados positivos e acima das médias nacionais.

    Prova final de Português do 9.º ano: média 66% [média nacional: 58%]

    Prova final de Matemática do 9.º ano: média 60,5% [média nacional: 48%]

    Dados obtidos a partir das pautas publicadas no IO para consulta pública.

    10 de julho de 2015

    AA do IO na RTP África

    Maria Margarida Müller, antiga aluna do Instituto de Odivelas e  autora de livros de gastronomia refere o Instituto de Odivelas onde também deu aulas de culinária e gastronomia no programa Bem-vindos da RTP - África,no dia 8 de Julho de 2015.

     

    7 de julho de 2015

    Recordando a Dr.ª Maria Barroso de visita ao IO

    A Dr.ª Maria Barroso visitou o Instituto de Odivelas na comemoração dos 90 anos do Instituto de Odivelas, em 1990.

    Assistiu à cerimónia litúrgica, visitou a exposição dos trabalhos das alunas e esteve na recepção na Sala do Tecto Bonito.

    O seu marido, o Dr. Mário Soares e o seu filho, o Dr. João Soares têm publicamente expressado a defesa da continuidade do Instituto de Odivelas.

     

    O jantar dos oficais

    Divulgamos o artigo de opinião de João José Brandão Ferreira.

    Triste pátria que tais filhos carrascos tem

    Quem será "afectado" com as instalações do Instituto de Odivelas e com as instalações do Forte de Santo António, a colónia de férias do IO desde 1915?
     

    "Valores mais altos" sobrepõem-se a uma escola com 115 anos de História, uma instituição educativa de excelência que noutro país civilizado seria o orgulho dos poderes instituídos, seria verdadeiramente acarinhada, porque representa os valores de Portugal, e os guarda e transporta aquém e além fronteiras desde 1900.

    Eis a destruição da memória de uma escola única ao serviço de interesses que, mais tarde ou mais cedo, virão ao de cima.

    Triste pátria que tais filhos carrascos tem.

    O IO na I República - nos tempo em que os ministros defendiam a escola

    Em 1920, aquando de obras de beneficiação do Instituto de Odivelas, visitam a escola fundada em 1900, o Ministro da Guerra, Hélder Ribeiro e diversos oficiais.
     


    Na fotografia encontram-se vários professores, entre os quais as professoras Laura Queiroz, Maria João de Luna Andermatt, a Mademoiselle Charrier e, também, a Regente Canêlhas. À direita, o Coronel Simas, insígne pedagogo e Director do IO, a partir de 1919.

    Em 2015, o IO tem instalações em perfeito estado de conservação: salas de aula, camaratas, ginásio, piscina coberta, laboratórios, etc., e não foi visitado pelo Ministro da Defesa Nacional.


     
    O Governo de Portugal pretende extinguir uma instituição educativa com 115 anos de História. Um enorme malefício para a Educação e para História de Portugal.

    Com que objectivo ou objectivos?

    29 de junho de 2015

    Alunas do 12.º ano do IO ouro na Matemática e das melhores a nível nacional no Concurso Pangea

    Magnífica prestação das alunas do 9.º ano e do 12.º ano, únicos anos permitidos no IO pelo Governo de Portugal. As alunas obtiveram classificações de excelência a nível nacional. Uma aluna do 12.º ano foi medalha de ouro a nível nacional e as alunas do IO estiveram nos lugares cimeiros, entre os 10 melhores a nível nacional.

    Porquê extinguir o IO?


    28 de junho de 2015

    Aguiar-Branco debaixo de fogo

    Mais de uma centena de oficiais, entre os quais estavam sete antigos generais e almirantes chefes de Estado-Maior, desfizeram num jantar em Lisboa os últimos quatro anos de governação no sector da Defesa.
     


    Bebés na sala de aula uma inovação? No Instituto de Odivelas, não.

    Com frequência, a comunicação social divulga teorias e práticas pedagógicas e didácticas defendidas por investigadores científicos e por políticos e que são definidas como inovações a aplicar nas sociedades actuais, experiências-piloto nas escolas, etc.
     
    A notícia dos benefícios de um bebé na sala de aula não é novidade para o IO.
     
    Desde os primórdios que o Instituto de Odivelas foi inovador, inclusive se comparado com escolas europeias com as mesmas características.
     
    Assim, as aulas de Puericultura sempre tiveram bebés e crianças e não bonecos; eram os filhos de funcionários do IO ou de famílias carenciadas de Odivelas
     
    Eis uns exemplos da Creche do IO nos anos 20, 50 e 80.

    27 de junho de 2015

    A carta de um grupo de Antigas Alunas do IO e a Declaração dos Oficiais das Forças Armadas

    Os Oficiais dos três Ramos das Forças Armadas, reunidos em Lisboa a 25 de Junho, num Encontro de Reflexão, perante a situação actual da Instituição Militar, da Defesa Nacional e do País em geral, consideraram ser seu dever alertar os portugueses para a realidade das Forças Armadas e para os riscos que esta mesma realidade representa, para a Soberania e para a Defesa Nacional (ver Declaração em baixo).


    Neste encontro esteve presente um grupo de Antigas Alunas do IO, que não desiste de defender o IO, em várias frentes, e que leu uma carta dirigida a todos os Oficiais (ver Carta em baixo). Este grupo de mulheres luta por uma escola com 115 anos que o Governo de Portugal, nomeadamente na pessoa da Secretária de Estado Adjunta e da Defesa Nacional, Dr.ª Berta Cabral, quer extinguir para "fazer História". Um grupo de mulheres que, no Presente quer fazer Futuro, honrando o Passado do IO. Um grupo de mulheres que honra o ser Mulher em Portugal.

    Carta de um grupo de Antigas Alunas do IO

    Senhores Oficiais,
    A extinção do Instituto de Odivelas não beneficia ninguém salvo, talvez, alguma negociata obscura e inescrupulosa feita por alguém igualmente obscuro e inescrupuloso.

    A inexplicável e ainda inexplicada extinção do Instituto de Odivelas, em violação de normas da CRP, disposições do CPA e convenções internacionais ratificadas por Portugal, não pode deixar de ser um espinho na consciência das chefias militares que a ela não se opuseram.
     

    Portugal fica mais pobre porque perde uma instituição centenária de prestígio internacional, uma escola de comprovada e reconhecida excelência e um instrumento da nossa política externa.

    As jovens portuguesas ficam mais pobres porque perdem a possibilidade de frequentar o único colégio feminino com internato explicitamente criado para lhes transmitir conhecimentos e competências para a sua subsistência e autonomia.


    As antigas alunas e suas famílias ficam mais pobres porque estão a ser despojadas de um património intangível que moldou a sua identidade e marcou o seu passado.


    As Forças Armadas ficam mais pobres porque não se honram colaborando na destruição irracional da instituição que educou as suas avós, mães, mulheres, irmãs, filhas e netas! E porque não se honram traindo o grupo de Camaradas Oficiais que, em 1900, com uma visão extraordinária numa época em que a educação não era sequer um direito protegido e muito menos para as mulheres, decidiu fundar uma escola para as proteger e ensinar a ser livres e independentes.
     

    O Instituto de Odivelas não merece este tratamento.
     
    Dos 3 colégios militares (IO, CM e IPE) é o Instituto de Odivelas que apresenta melhores resultados académicos, que representa menos custos para o orçamento de estado, e que dispõe de melhores instalações - veja-se a avidez na disputa do seu corpo docente e agora do seu espólio!


    O que se está a passar é uma discriminação objectiva: mantêm-se dois colégios de matriz e cultura masculina e extingue-se o único colégio de raparigas apesar de entre os três colégios ser inegavelmente o melhor!


    Porém o mérito é factor alheio a todo este indigno processo. O Instituto de Odivelas ainda não ostenta Presidentes e Generais nas suas fileiras, nem “dispõe” de massa crítica instalada nas repartições militares. O Instituto de Odivelas era o elo mais fraco e, com a obstinação cega do ministro Aguiar-Branco e a cumplicidade activa ou passiva das chefias militares, foi o alvo mais fácil.


    Ao longo de mais de dois anos perseverámos na luta contra a extinção do Instituto de Odivelas, sabemos que este assunto não faz parte das preocupações que aqui vos reúnem hoje mas queremos que saibam que não desistimos do Instituto de Odivelas nem desistimos de chamar às suas responsabilidades quem dele desistiu.

    Ana Coucello (68/1959)
    Ana Lobo (275/1956)
    Ana Mota (6/1959)
    Conceição Brito (246/1956)
    Elsa Martins Magro (135/1979)
    Helena Martins (153/1978)
    Isabel Joglar (362/1959)
    Isabel Ribeiro Pereira (377/1974)
    Leonor Tavares (16/1954)
    Maria João Marcelo Curto (254/1960)
    Maria José Pascoal (202/1955)
    Maria Luis Figueiredo (225/1956)
    Silvia Baldo (12/1983)
    Sofia Vaz Serra (381/1974)
    Toribia Cancela (158/1973) 

    Esta carta mereceu o forte apoio dos Oficiais presentes, bem expresso nos imensos aplausos verificados no final da respectiva leitura.  


    Declaração dos Oficiais das Forças Armadas (pdf)

    Oficiais dos três Ramos das Forças Armadas, reunidos em Lisboa a 25 de Junho, num Encontro de Reflexão, perante a situação actual da Instituição Militar, da Defesa Nacional e do País em geral, consideram ser seu dever alertar os portugueses para a realidade das Forças Armadas e para os riscos que esta mesma realidade representa, para a Soberania e para a Defesa Nacional. 

    Neste contexto: 
    - Repudiam o discurso laudatório da actual tutela política relativamente às medidas que sucessivamente têm vindo a ser tomadas para com as Forças Armadas e os seus servidores militares, militarizados e civis, apresentadas como reformas estruturantes, mas que não têm sido mais do que acções avulsas, cujo efeito tem sido o degradar da Instituição Militar no que se refere a organização, capacidades e efectivos, bem como em relação à situação profissional e pessoal de quantos nela servem e, também, dos seus familiares. Neste particular, consideram perversa a desqualificação dos direitos e deveres consignados na Lei-quadro da Condição Militar, o que só pode contribuir para uma funcionalização das Forças Armadas. 

    - Repudiam, igualmente, a tentativa de desresponsabilização política da tutela, que sempre tem feito o anúncio público das medidas tomadas, escudando-se na participação e concordância das Chefias Militares 

    - Repudiam, ainda, o repetido anúncio tutelar de um clima de satisfação e de tranquilidade institucional que só na aparência existe, tirando partido de forma iníqua, do sentido do dever, de disciplina e de profissionalismo dos militares. 

    - Sublinham a degradação do Serviço de Saúde das Forças Armadas, que deixou de ter capacidades de reserva estratégica do Serviço Nacional de Saúde, com sérias fragilidades no apoio aos militares e seus familiares, bem como da acção social complementar, através do Instituto de Assistência Social das Forças Armadas o que, a par da recente promulgação do Estatuto dos Militares das Forças Armadas, introduz uma quebra de solidariedade geracional, que nunca existiu, nem pode existir na Instituição Militar. 

    - Alertam para uma acção governativa que em relação às Forças Armadas se tem traduzido por um conjunto de decisões, apelidadas de “Reforma 2020”, materializadas pelo cancelamento da maioria dos programas de modernização que estavam em curso, por menos recursos humanos e materiais, menos capacidades, menos unidades operacionais disponíveis, menos meios passíveis de serem empregues, quer em termos nacionais, quer no âmbito dos compromissos internacionais, e menores graus de prontidão, com realce para os meios aéreos e navais dedicados às Regiões Autónomas. Neste âmbito, apregoa-se o feito, de mais de mil milhões de poupanças, ignorando-se os muito mais que serão necessários despender para recuperar o que foi afectado, sem sequer preparar forças complementares ou prever medidas para o crescimento, em caso de necessidade, do Sistema de Forças Nacional. Tudo isto, ignorando as crescentes ameaças à Europa, que podem exigir operações de combate. 

    - Sublinham, ainda, que o desenvolvimento de carreiras militares, publicitado recentemente, tem sido anunciado como uma condescendência de carácter excepcional, uma medida extraordinária não planeada, nem orçamentada, quando no fundo, todos o sabem, decorre do normal cumprimento da legislação em vigor e do indispensável preenchimento dos Quadros Orgânicos. 

    A actual acção governativa, pretendendo justificar a necessidade das medidas que toma com a situação de emergência económico-financeira que o País vive, ignora deliberadamente que as Forças Armadas são a instituição que mais se reformou, desde a instauração do Regime Democrático, em 1974. 

    Não nos conformamos com um tratamento desigual, que parece configurar uma acção persecutória à Instituição Militar e a quantos nela servem, explorando as limitações de direitos que a Constituição da República impõem a todos quantos optaram por dar o melhor de si, a Portugal e aos portugueses, nas Forças Armadas. 

    O poder político não pode ser exercido apenas para justificar, arrogantemente, medidas e soluções únicas, o que em Democracia não é aceitável. Ao invés, reivindicamos que reconheça, de facto, que o que é diferente deve ser tratado de forma diversa, tal como, afinal, tem acontecido em relação a outras carreiras especiais do Estado. Existe um ambiente de tranquilidade doentia que vem encontrando raízes na desmotivação profissional e que só o sentido do dever e da disciplina dos militares, tem evitado que se torne numa evidência pública, mas que não se pode mais silenciar. 

    Perante estes factos, consideramos ser um dever inadiável, trazer a público estas posições, porque para os militares, o dever de lealdade para com o poder legítimo não deve, nem pode, sobrepor-se ao dever de fidelidade para com a Instituição Militar e para com o País e apelar à consciência cívica e ao sentido de Estado de todos os responsáveis no âmbito da Defesa Nacional e das Forças Armadas para que se tome consciência da situação que estas vivem, evitando que a gravidade da situação se torne irreversível e possa pôr em perigo a solidez e a estabilidade da Instituição Militar, para garantir o cumprimento das missões de soberania, face a possíveis cenários de grande incerteza e risco. 

     Lisboa 25 de Junho de 2015.