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18 de abril de 2016

Pangea...IO e excelência!

Para quem conhece o Instituto de Odivelas esta notícia não será propriamente uma surpresa.

Ao longo de 115 anos o IO formou mulheres que hoje, tanto em Portugal como um pouco por todo o mundo, e fruto de uma educação ao mais alto nível, dão o seu contributo para uma sociedade melhor. Anónimas ou em lugares de topo as "Meninas de Odivelas" têm vindo a distinguir-se nas mais diversas áreas. A matemática é uma delas.

No Concurso de Matemática Pangea 2014/2015, o IO surge em destaque. No escalão do do 12º ano quatro alunas conquistaram o primeiro (Margarida Pereira), o terceiro (Mariana Silva), o sexto (Joana Aço) e oitavo (Filipa Pedro) lugares desta competição.


15 de abril de 2016

E assim se extinguiu o Instituto de Odivelas

O Instituto de Odivelas não foi fundido, foi extinto.

O Director do Instituto de Odivelas demitido pelo Ministro da Defesa Nacional do anterior Governo não provocou a demissão de mais ninguém.

O Director do Instituto de Odivelas não foi ouvido pelo poder legislativo face à gritante discriminação de que foram alvo as alunas do Instituto de Odivelas e as famílias que pretendiam que no futuro novas alunas ingressassem no Instituto de Odivelas.

O Instituto de Odivelas tinha um projecto educativo único e irrepetível.

O Instituto de Odivelas era uma escola de excelência.

Em Portugal o que funciona bem é extinto em nome de uma suposta não discriminação de género.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades...


12 de abril de 2016

O caso do antigo Diretor do Instituto de Odivelas demitido pelo ministro da tutela

Um oficial das Forças Armadas tece considerações sobre a demissão do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e refere o caso em torno da demissão do antigo Director do Instituto de Odivelas - Coronel José Paulo Serra

"(...) Sem embargo não nos devemos admirar: com o anterior MDN, um tal Dr. Aguiar traço Branco, já tinha, enquanto CEME, exonerado o então Director do Instituto de Odivelas, por este não estar a ser um zeloso cumpridor da, para sempre maldita, decisão de fechar tão vetusta instituição – que é a raiz recente deste esparvoado caso (a mais antiga é o texto do Programa do PS após a sua fundação, em 1973, que defendia a extinção dos colégios militares!) – tendo aquele ministro vetado, mais tarde, a nomeação daquele oficial, que nada cometeu de errado, para um cargo de adido militar, em Madrid (para onde acabou por ir mais tarde)...


As "meninas de Odivelas" foram discriminadas e ninguém se demitiu por elas. Porquê?


10 de abril de 2016

As “órfãs de guerra” da I Guerra Mundial, antigas alunas do Instituto de Educação e Trabalho (IFET) de Odivelas

Portugal participou no primeiro conflito bélico à escala mundial. No total, nos anos de 1914 a 1918, dos cerca de 105.000 mobilizados portugueses, cerca de 7.770 homens morreram, quer na Flandres, quer em África onde contingentes, desde 1914, operavam no sul de Angola, fronteira com a colónia alemã Sudoeste Africano, e norte de Moçambique, fronteira com a colónia alemã, Tanganica. 

Em 1917 foi enviado para a França o célebre Corpo Expedicionário Português - CEP. Há 98 anos atrás, no dia 9 de Abril de 1918, teve lugar a Batalha de La Lys, na fase final da I Guerra Mundial. O confronto militar ocorreu em plena frente ocidental, próximo de Ypres, na Bélgica e no qual foi infligida uma pesada derrota às forças aliadas, no caso portuguesas e inglesas, por parte do exército alemão. Pereceram neste combate no vale da ribeira de La Lys cerca de 400 militares portugueses e cerca de 6.000 foram feitos prisioneiros.

Nos anos 20, o Instituto de Odivelas (IO), estabelecimento militar de ensino fundado a 14 de Janeiro de 1900, extinto em 2015 pelo Governo da coligação PSD/CDS-PP, viu ingressar alunas “órfãs de guerra” cujos pais, oficiais quer da Marinha, quer do Exército, mortos em campanha e em combate em África e na Flandres, deixaram de ser o sustento, por vezes único, da família. 

Por este facto, as mães ou outros familiares ou tutores viram no então Instituto Feminino de Educação e Trabalho de Odivelas (IFET), e indo ao encontro da sua missão inicial, o futuro escolar ideal para as filhas de quem morreu pela Pátria. Tais meninas e raparigas tiveram uma educação e uma instrução integralmente a expensas do Estado Português. 

As alunas recebiam uma formação integral essencial ao ingresso no ensino universitário e à entrada no mundo do trabalho, numa época em que a emancipação feminina e a conquista dos direitos das mulheres eram uma realidade impossível de ignorar nas sociedades ocidentais na Europa e nos EUA.

Nos anos 20, as alunas do IFET participaram no evento Festa Desportiva a favor das Viúvas e Órfãos da Grande Guerra, no Stadium do Lumiar em Lisboa.



 

A discriminação de que foi alvo o Instituto de Odivelas

O Instituto de Odivelas, uma instituição educativa centenária de referência e de excelência foi extinta por decisão política.

O Instituto de Odivelas foi obrigado a sair de dois edifícios: o Mosteiro de Odivelas e o Forte de Santo António da Barra em S. João do Estoril.

O Instituto de Odivelas foi encerrado sob o pretexto economicista dos custos, quando era a escola mais económica e que dava retorno ao Estado.

O Instituto de Odivelas não foi fundido com outros estabelecimentos militares de ensino.

O Instituto de Odivelas foi o elo mais fraco - porque feminino - a ser sacrificado.

O Instituto de Odivelas foi alvo de uma discriminação de género num Estado que permite e financia o ensino diferenciado por género privado.

O Instituto de Odivelas foi vítima de todos aqueles que contribuíram, directa e indirectamente, em fechá-lo rapidamente e em força. E não foram poucos, nos palcos e nos bastidores...

O Instituto de Odivelas foi alvo da ganância e da ignorância: ipso facto, paralelamente e vice-versa.

E nada mais aconteceu.

Maria Rodrigues