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5 de fevereiro de 2014

A Fábula do IO

Esta fábula conta uma história de animais, de pessoas
E de um lugar,
Belo, Mágico e Encantado,
Onde
Os Animais falam,
Num tom disfarçado,
As pessoas, emitem sons que não se conseguem decifrar,
(Pelo menos em “humanês”).
E se algum dia, alguém o fez,
Decerto foi para enganar quem julgava que sabia falar.

Esta fábula, como muitas outras fábulas, começou… Há muitos e muitos anos…

Há muitos e muitos anos…
Havia um Rei corajoso e uma Santa Rainha bondosa
Num Palácio,
Num vale maravilhoso, de flores cheiroso,
Lá longe e cheio de cores.

Há muitos e muitos anos…
Um urso, esfomeado e de dente arreganhado,
Ousou pensar, este rei atacar.
(Sim, porque aqui, os ursos podem pensar)
E acabou.
Como? Não sei!
Petrificado, transformado
Em base de pedra tumular,
Bem rente ao chão, sem nunca mais se poder levantar.

Há muitos e muitos anos…
Viviam nesse “Palácio”,
Umas Princesas de hábitos, em jardins fechados
E fechadas,
Enclausuradas,
Mas que viam as estrelas e o sol.
E ouviam, no frio ou no calor,
Do céu, o seu esplendor.

E Passados muitos anos…
Outras Princesas vieram,
Meninas
E aí cresceram e cantaram e dançaram.
E em cada ano, voaram.

E durante esses anos…
Mestras Fadas as ensinaram
A crescer,
A aprender,
A sonhar
E a voar.

Muitos anos se passaram…
Até que um dia…
Enormes e ferozes animais apareceram,
E os muros do “Palácio” atacaram e escarneceram:
Leões,
Hienas
E abutres.

Os primeiros… rugiam…rugiam… rondavam… rondavam,…
Queriam ser Reis daquele “Reino”.
As segundas… sorrateiras riam… riam… e escondiam o que realmente pretendiam.
Os terceiros, planavam… planavam… e silenciosos, observavam, voando astuciosos.

De vez em quando
Todos se calavam…
Parecia que os leões haviam desistido, não se ouvia nenhum rugido!
As hienas, os seus risos abafavam!
E os abutres, atentos, perspicazes, pousavam!

Até que um dia…
(Ou de uma fábula não se tratasse!)
Os animais começaram a falar e a gritar!
Até parecia que estavam todos combinados:
Feitiçaria?
Bruxaria?
Que seria?
Talvez a bruxa de outrora tivesse lançado um “mau-olhado”
Que só mais tarde, por ser tão fundo e forte e mau, se manifestaria!?
Os leões tinham deixado de rugir,
Falavam como homens,
Faziam reuniões,
Decretos
Despachos
Comissões.

As hienas tinham voltado a rir mas… “humanêsmente”.
Diziam aquilo que não pensavam.
E, francamente, com caras e feições desconfiadas,
Ameaçavam,
Mal-educadas.

Os abutres, esses lá em cima, nada percebiam,
Nem se interessavam,
M as falavam,
Vociferavam
E esperavam,
Ansiosos,
Pacientes,
Por alguma sobra,
Invejosos.

Então,
Trazido certamente
Por alguma fada persistente,
Um cavaleiro determinado,
De coragem fardado,
Veio lutar
Para salvar
As meninas que queriam aprender a voar.
Lutou… Lutou… Lutou…

Uns,
(Poucos),
Se lhe juntaram,
E lutaram com tudo o que encontraram:
Vontade, Esperança,
Trabalho, Honestidade
E muita Perseverança.

Outros,
(Muitos)
Desejando em primeiro lugar
Os seus interesses e a sua pele salvar,
Fingindo que não sabiam a verdade,
Se foram, à procura de fartança.

Como acabou?
Não sabemos.

Nas fábulas
Não há previsões orçamentais,
Não há providências…
Não há técnicos profissionais,
Não há audiências,
Nem mesmo suspensões ou comissões.

Nas fábulas
Os animais podem falar.
As meninas aprendem a voar.
E os cavaleiros podem lutar e vencer.

Nesta fábula
Tudo pode ainda acontecer…
Naquele lugar
Belo, Mágico e Encantado.
Entre o luar
E o amanhecer
De um qualquer dia desejado.


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