Translate

26 de setembro de 2014

Nova reportagem TVI

Infelizmente, mais uma vez os valores avançados para a construção das infraestruturas não são os correctos. Os documentos oficiais, assinados pelas entidades militares responsáveis e pelo gabinete da SEADN referem valores acima dos 6,5 milhões de euros e podem ser consultados aqui.

A reportagem da TVI pode ser vista aqui.



Graduadas 2014/2015


As valentes graduadas 2014/2015.
Parabéns e cada vez mais alto!!

 

25 de setembro de 2014

Cartas III


Exmo. Senhor Adido de Defesa junto à Embaixada d.........................................., em Lisboa

Somos um grupo de antigas alunas do Instituto de Odivelas (IO) que vem pugnando desde há mais de dois anos, por todos os meios legais ao nosso alcance, para que se trave o processo relativo à extinção do Instituto de Odivelas (IO), que está a ser levado a cabo pelo actual Ministro da Defesa Nacional, do Governo de Portugal, Dr. José Pedro Aguiar-Branco.

Pretendemos com esta missiva transmitir às Autoridades dos Países de Língua Portuguesa que, no quadro da Cooperação Técnico-Militar (CTM) bilateral com Portugal, puderam usufruir da formação de jovens no Instituto de Odivelas, ao longo das últimas três décadas, o quanto  tal facto nos orgulhou e o quanto lamentamos que esta ligação tão profícua possa estar a um passo de ser terminada.

Cientes de que as relações entre os Estados de Direito, nomeadamente no quadro das relações entre os Países que constituem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) se regem, acima de tudo, pela não-ingerência nos assuntos internos de cada Estado Membro escrevemos e enviamos esta carta no respeito absoluto por tal premissa.

Contudo, assiste-nos o direito – na luta pela manutenção do Instituto de Odivelas – de partilhar a nossa indignação pelo facto de o putativo encerramento de tal Instituição vir a causar o fim de um segmento tão profícuo da Cooperação Técnico-Militar (CTM) com os Países de Língua Portuguesa. Com efeito, o Instituto de Odivelas ocupa de há muitos anos a esta parte os lugares cimeiros dos “rankings” nacionais das escolas públicas portuguesas, com as estatísticas a revelarem ainda que cerca de 95% das alunas finalistas dessa Escola entram directamente para as Universidades e 67% o faz para o Curso da sua primeira escolha. Trata-se, ainda,  do único internato feminino existente em Portugal podendo as alunas ou suas famílias optar pelo regime de internato/externato, consoante as necessidades.

O Instituto de Odivelas é uma instituição de ensino centenária e quando da sua criação, em 1900, tinha já como objectivo “… dar às alunas… a instrução profissional que possa, de futuro, criar-lhes os precisos meios de subsistência.” (Ordem do Exército nº 2 de 9 de Março de 1899).

Ali foram formadas Mulheres que se evidenciaram nos mais diversificados meios profissionais, dentro e fora do País. Entre tantas destacamos  Luna Andermatt (fundadora da Companhia Nacional de Bailado), Rosa Lobato Faria (Escritora, Actriz e Compositora), Paula Costa (1ª mulher Oficial Piloto – Aviador/Caça da Força Aérea Portuguesa), Ana Maria Lobo (Decana da Universidade Nova de Lisboa e 1ª Presidente e co-fundadora da Associação Portuguesa de Mulheres Cientistas/AMONET), Julieta do Espírito Santo (1ª mulher Santomense a formar-se em Medicina), Irene Fonseca (Professora Catedrática de Matemática da Carnegie-Mellon University/USA), Maria João Marcelo Curto (Investigadora-Coordenadora do Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial/INETI), Teresa Leal Coelho ( Deputada e Vice-Presidente do Partido Social Democrático/PSD)  e, ainda, Mães de figuras públicas e internacionais como Marcelo Rebelo de Sousa, Nuno Rogeiro ou Artur Pizarro (pianista consagrado a nível mundial),  entre outros.

Os argumentos que nos foram apresentados, por parte do Ministério da Defesa Nacional, para o encerramento do Instituto de Odivelas designadamente o da poupança de custos já foram afastados na medida em que ficou demonstrado que uma aluna do IO sai mais barata ao Erário Público do que uma aluna/aluno do ensino público sem regime de internato. O argumento avançado pela equipa ministerial  da discriminação do género ocorrer por se tratar de um colégio feminino também não colhe, dado passar-se exactamente o contrário. Ao pretender-se deslocar as alunas do IO para um colégio de rapazes, neste caso o Colégio Militar, está-se, precisamente, a promover a discriminação do género ao privar as jovens da única escola pública de ensino diferenciado em Portugal e a obrigá-las a frequentarem um colégio com uma cultura masculinizante profundamente enraizada e actualmente com resultados escolares significativamente inferiores aos do IO.

Não se reconhecendo razões claras e objectivas para o encerramento do IO, estando afastadas razões de poupança de custos e de melhoria de condições de ensino, não havendo acordo entre as partes envolvidas, designadamente entre a presente equipa do Ministério da Defesa e a Associação de Pais e Encarregados de Educação das Alunas do IO, a Câmara Municipal de Odivelas que reconheceu o IO como um ícone de excelência do concelho de Odivelas, os Professores e outros Funcionários do IO, as suas Antigas e Actuais Alunas, e ainda de outras figuras de relevo da Sociedade Portuguesa, cabe-nos continuar a lutar contra o encerramento desta Escola, de enorme prestígio dentro e fora de Portugal. 

Solicitamos, assim, a V. Exas que deem conhecimento do teor desta carta a Suas Excelências os respectivos Ministros da Defesa Nacional, Ministros dos Negócios Estrangeiros/Relações Exteriores e Cooperação e a Suas Excelências os Chefes do Estado-Maior General das Forças Armadas, no pressuposto de que a História não se apaga e que por isso, aconteça o que acontecer, manter-se-ão os laços que ligam todas as Actuais e Antigas Alunas de todos os Países de Língua Portuguesa que frequentaram o Instituto de Odivelas e aí tiveram uma educação de excelência e uma formação de carácter assente nas virtudes e nas condutas que norteiam a Instituição Militar, sob cuja tutela foram acolhidas.

Com os nossos melhores cumprimentos, 
DUC IN ALTUM - Cada vez mais alto

 


24 de setembro de 2014

Cartas II



Exmo. Senhor Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas Portuguesas,

Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva

No presente ano letivo não há alunas do 6,º ano, nem do 5.º ano, do 7.º ano, do 8.º ano, do 10.º ano e do 11.º ano no Instituto de Odivelas.

O Estado Português - o Governo de Portugal - pretende extinguir uma escola de excelência - para "potenciar a excelência" de uma outra escola. (sic, no despacho do Ministério da Defesa Nacional) 

Quer-se apagar 114 anos de História do Instituto de Odivelas.

As alunas do Instituto de Odivelas, mesmo obrigadas a separar-se, mesmo com a extinção das suas turmas, continuam a fazer jus ao 10.º ponto sdo seu código de honra - "Ser amiga é ser irmã"

Como podem valores e princípios educativos ser destruídos, em pleno século XXI, e em Portugal?

Como pode uma escola modelar, única em Portugal, procurada por famílias que têm o ditreito de escolher e de optar pelo ensino para as suas filhas, fechar?

A quem interessa o encerramento do Instituto de Odivelas, que divide as suas instalações entre o Mosteiro de Odivelas, desde o início do século XX, e o Forte de Santo Antóno do Estoril, a colónia de férias do IO desde 1915?

O Instituto de Odivelas continua a funcionar e bem, com toda a sua dignidade.

Cada vez mais alto!


Alunas do 6.º ano numa visita de estudo ao Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa em 2014

23 de setembro de 2014

Cartas I



Exmo. Sr. Presidente da República,

Sou antiga aluna do Instituto de Odivelas e tenho assistido, incrédula, ao desmantelamento e extinção de uma escola que tem dado provas de sucesso ao longo de 115 anos.

Gostaria de o relembrar das suas palavras no Livro de Honra do Instituto de Odivelas, em 2010: “…o Instituto de Odivelas é uma instituição de elevada credibilidade, que interessa a Portugal acarinhar e incentivar, e da qual têm saído mulheres que têm prestado relevantes serviços ao País nas diversas áreas da cultura, das artes e das ciências, fazendo votos para que continue a preservar e honrar a sua história, as suas tradições e os seus princípios.”

Nao compreendo como, 3 anos depois destas palavras, o Senhor Presidente não impede o crime que está a ser cometido contra a vontade das alunas, pais, famílias, antigas alunas, professores, funcionários e toda a comunidade local.

A fusão do Instituto de Odivelas nunca foi cabalmente explicada pelo MDN e ainda ninguém percebeu por que motivo foi decidido fechar aquela que é a melhor e a menos cara das três escolas militares. Já foi demonstrado que não se trata de uma questão de custos: os custos com o Instituto de Odivelas estão ao nível de qualquer outra escola pública, com resultados francamente superiores, e esta decisão vai acarretar custos adicionais de mais de 7 milhões de euros para o Estado Português.

As reacções de repúdio em relação a esta decisão têm chegado de todos os sectores da sociedade, inclusivamente de dentro dos partidos da maioria!!

Para além do mais, o fracasso da decisão está à vista: os colégios perderam mais de 100 alunos em relação ao ano lectivo passado. (http://blogdoio.blogspot.ro/2014/09/a-verdade-dos-numeros.html)

Peço-lhe, como Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, que impeça esta barbaridade de lesa-pátria. As decisões dos governantes portugueses não podem ser baseadas em caprichos nem em estudos "encomendados".

Está nas suas mãos devolver o Instituto às meninas de Odivelas, para que continuem a desempenhar o seu papel com o brilho e a excelência habituais e para que possam continuar a representar Portugal com orgulho - como fizeram este ano nas comemorações do dia da Bastilha.

Com os melhores cumprimentos