Hoje ainda é feriado em Portugal:
dia 8 de Dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição num país de matriz
judaico-cristã, durante muitos anos, este foi o dia em que se homenageavam
todas as mães, a escassas semanas do Natal.
Nossa
Senhora da Conceição
foi coroada Rainha de Portugal pelo rei
D. João IV. Desde então até ao último rei de Portugal, nenhum monarca
ostentou mais uma coroa na cabeça. Séculos depois, em 1900, o Infante D. Afonso e a Rainha Dona Maria
Pia patrocinaram a fundação do Instituto de Odivelas. Esta mãe do Rei D.
Carlos ofereceu às alunas do Instituto de Odivelas uma imagem de alabastro de
Nossa Senhora da Conceição.
Veio a República e a senhora D. Ilda Vieira, antiga aluna e antiga
funcionária centenária a viver atualmente no Lar da Antigas Alunas, testemunhou os cultos mantidos em segredo e
a imagem escondida fora da igreja do Mosteiro de Odivelas devido aos ímpetos
anticlericais dos Governos da I República. Pouco e pouco, este clima
antirreligioso amenizou. Mais tarde, o Estado Novo entrou no Instituto de Odivelas,
mas não o descaracterizou. O cardeal Cerejeira presidiu a cerimónias religiosas no Mosteiro de Odivelas, Salazar requisitou o Forte de Santo António do
Estoril, a colónia de férias das alunas do IO, para residência de férias.
Já em democracia e no século XXI, o
Instituto de Odivelas viveu um período de abertura religiosa à comunidade, em
especial durante os últimos sete ou oito anos. O Major e Capelão António Borges ficará para sempre no coração da
comunidade escolar e da comunidade odivelense. As suas missas tocantes e
originais, o seu trabalho catequético e ecuménico junto das alunas e o seu
trabalho espiritual e social em Odivelas demonstram como o Instituto de Odivelas é,
verdadeiramente, uma instituição
educativa com legitimidade histórica.
A
História do Instituto de Odivelas faz parte da História local e da História
nacional. Não o reconhecer e não o respeitar é ignorar e desfazer a História.
Entretanto, Nossa Senhora da
Conceição, sob a abóbada gótica e ogival tem uma “aliada” no exterior, no Largo
D. Dinis: talvez miraculosamente, o manto de rosas que antigas alunas colocaram na estátua da Rainha Santa Isabel
continua incólume ao sol e ao calor, à chuva e ao vento. Duas mulheres, uma
celeste e uma terrena que alcançou santidade devem, porventura, velar pelas milhares de antigas e atuais alunas
que hoje o Poder em Portugal insiste em querer "esconder" para,
em segredo, preparar outro destino muito diferente do que os antepassados e
egrégios avós uniram: o Mosteiro de Odivelas e o Instituto de Odivelas.
Pelo
Instituto lutar!
M.C.
8 de Dezembro de 2014
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