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3 de maio de 2018

O fim dos delírios extintores

Finalmente o Governo tomou uma primeira decisão no sentido de corrigir e reverter os delírios "extintores" do ministro Aguiar Hífen Branco (com o beneplácito e anuência do seu chefe de então, o PM  Passos Coelho) no âmbito das Forças Armadas e, em especial, da Saúde Militar.

Falta ainda muito a percorrer no caminho correcto de anular ou, pelo menos, minimizar os estragos decorrentes de outras decisões precipitadas, voluntaristas e sobranceiras do considerado por tantos cidadãos portugueses, civis e militares, como o pior MDN desde a instauração do Estado de Direito Democrático em Portugal.

Um dos erros do ministro A-B foi a extinção do Instituto de Odivelas (cujo património e obra educativa tanto prestigiava o Exército e as Forças Armadas), o que,  já de si grave, implicou ainda, por imposição governamental, a transferência das alunas do Instituto e a sua incorporação no Colégio Militar, também uma instituição das mais prestigiadas de Portugal e que sofreu por via disso uma súbita deriva radical, com a consequente descaracterização e perda da sua identidade própria, validada e robustecida ao longo de mais de dois séculos de bons serviços.

O projecto educativo do Colégio  Militar foi assim, insensatamente, a toda a pressa, sem olhar a quaisquer custos ou restrições orçamentais e só por mero experimentalismo político, obrigado a descartar a sua matriz histórica alicerçada nos seus três pilares fundamentais de origem  e a transmutar-se numa forma, confusa e híbrida, de ensino misto para rapazes e raparigas ainda em fase de afirmação existencial e de crescimento intelectual e físico, num regime em que coexistem mas dificilmente se podem compatibilizar os interesses, anseios e conveniências de alunos internos e externos, com normas de admissão flexibilizadas e quiçá menos conformes à salutar austeridade do internato castrense.

Passaram cinco anos até  podermos saudar este primeiro e importante passo de reversão - e de elementar senso comum e político. Até quanto mais teremos de esperar para que as outras e gravosas decisões do ministro A-B possam ser definitivamente lançadas nos caixotes de lixo da História ?

[Autor devidamente identificado]

1 de maio de 2018

Reabertura do IO no horizonte?

A luta continua e a esperança renasce!

O Governo vai revogar a cedência do hospital militar de Belém, Lisboa, à Cruz Vermelha Portuguesa, visando encontrar outra solução para o edifício que está devoluto há três anos e em degradação!

Segundo um despacho a que a Lusa teve acesso. "Importa travar a inevitável degradação a que o imóvel está sujeito pelo facto de se encontrar devoluto, agravada pela incapacidade de suporte dos avultados custos associados à sua conservação e manutenção", lê-se no despacho conjunto dos secretários de Estado do Tesouro e da Defesa Nacional, a que a Lusa teve acesso. O despacho de cedência à Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), que não chegou a ser concretizado, tinha sido assinado em setembro de 2015, pelo anterior governo, por um prazo de 25 de anos e mediante a contrapartida de um investimento de 8,5 milhões de euros. A ideia era ali instalar uma Unidade de Cuidados Continuados Integrados e uma Residencial Sénior, de acordo com o despacho que autorizou a cedência à CVP, no âmbito da reorganização das estruturas da Saúde Militar e da criação de um hospital único, o Hospital das Forças Armadas, que supunha a rentabilização dos outros hospitais militares. Contudo, em janeiro de 2016, uma ação popular interposta em janeiro de 2016 pela Associação dos Militares na Reserva e na Reforma (ASMIR) contestou a validade da decisão e a futura cedência de utilização à CVP, suspendendo todo o processo. Segundo o despacho, a Cruz Vermelha foi consultada e concordou com a revogação, uma vez que ainda não tinha sido formalizado o "auto de cedência" nem se perspetivava quando tal pudesse acontecer. Em despacho conjunto, os secretários de Estado do Tesouro, Álvaro da Costa Novo, e da Defesa Nacional, Marcos Perestrello, determina-se a revogação da cedência autorizada em 2015, "em virtude da ação administrativa interposta pela Associação dos Militares na Reserva e na Reforma e outros". Recentemente, o major-general Bargão dos Santos foi ouvido pela comissão parlamentar de Defesa Nacional para apresentar os motivos de uma petição que dirigiu ao parlamento, solicitando a reversão para a administração das Forças Armadas dos ex-hospitais militares da Estrela e de Belém. Na audição, dia 10 de abril, o general Bargão dos Santos, médico, defendeu que os hospitais, "fechados e devolutos há anos", poderiam ser reabertos para dar apoio a uma população envelhecida e, referindo-se à cedência do hospital militar de Belém à CVP, afirmou que aquela instituição já tinha demonstrado que "não tem qualquer interesse" no hospital.

(notícia Correio da Manhã 30 de Abril de 2018)