Finalmente o Governo tomou uma primeira decisão no sentido de corrigir e reverter os delírios "extintores" do ministro Aguiar Hífen Branco (com o beneplácito e anuência do seu chefe de então, o PM Passos Coelho) no âmbito das Forças Armadas e, em especial, da Saúde Militar.
Falta ainda muito a percorrer no caminho correcto de anular ou, pelo menos, minimizar os estragos decorrentes de outras decisões precipitadas, voluntaristas e sobranceiras do considerado por tantos cidadãos portugueses, civis e militares, como o pior MDN desde a instauração do Estado de Direito Democrático em Portugal.
Um dos erros do ministro A-B foi a extinção do Instituto de Odivelas (cujo património e obra educativa tanto prestigiava o Exército e as Forças Armadas), o que, já de si grave, implicou ainda, por imposição governamental, a transferência das alunas do Instituto e a sua incorporação no Colégio Militar, também uma instituição das mais prestigiadas de Portugal e que sofreu por via disso uma súbita deriva radical, com a consequente descaracterização e perda da sua identidade própria, validada e robustecida ao longo de mais de dois séculos de bons serviços.
O projecto educativo do Colégio Militar foi assim, insensatamente, a toda a pressa, sem olhar a quaisquer custos ou restrições orçamentais e só por mero experimentalismo político, obrigado a descartar a sua matriz histórica alicerçada nos seus três pilares fundamentais de origem e a transmutar-se numa forma, confusa e híbrida, de ensino misto para rapazes e raparigas ainda em fase de afirmação existencial e de crescimento intelectual e físico, num regime em que coexistem mas dificilmente se podem compatibilizar os interesses, anseios e conveniências de alunos internos e externos, com normas de admissão flexibilizadas e quiçá menos conformes à salutar austeridade do internato castrense.
Passaram cinco anos até podermos saudar este primeiro e importante passo de reversão - e de elementar senso comum e político. Até quanto mais teremos de esperar para que as outras e gravosas decisões do ministro A-B possam ser definitivamente lançadas nos caixotes de lixo da História ?
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