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29 de maio de 2015

Aguiar Branco não tem legitimidade para falar em nome das Forças Armadas

O antigo Chefe do Estado Maior da Armada Melo Gomes não reconhece legitimidade ao ministro da Defesa para dizer que os militares estão satisfeitos com as reformas operadas pelo governo no sector. Ver entrevista aqui.


Mensagem das relações públicas da AOFA sobre este assunto:
 
Caros camaradas,

O fim-de-semana foi marcado pela entrevista do MDN à Antena 1. Nela, o MDN disse que os militares estão satisfeitos com as reformas operadas, feitas, segundo ele, em consonância com as Chefias Militares, e que isso contribuiu para a "sustentabilidade” das Forças Armadas e para a melhoria do moral das tropas.

Respondeu-lhe o ALM Melo Gomes, ex-CEMA, reconhecendo a existência de um grande descontentamento e afirmando que o MDN não tem legitimidade para falar no "contentamento ou no descontentamento dos militares”.

Respondeu-lhe o Presidente da AOFA dizendo que as afirmações do MDN sobre a satisfação dos militares constituem uma "absoluta mentira”.

Ora, nós temos factos que suportam o afirmado pelo ALM Melo Gomes e pelo nosso Presidente: o Inquérito aos Oficiais das Forças Armadas, no qual participaram 1.227 Oficiais, dos quais: 50,69% no Activo e 15,07% na Reserva, sendo que 56,81% não eram sócios da AOFA.

Resolvemos recordar parte das conclusões desse Inquérito, apresentadas no final de Março de 2015, que anexamos, nos aspectos que ajudam a clarificar o que disse o MDN, quer face à verdade quer no que respeita às consequências da alegada consonância com as Chefias Militares.

Permitimo-nos sugerir que cruzem as respostas às perguntas 42 (quem melhor pode defender os militares) e 43 (quem melhor tem defendido os militares), na qual o MDN "merece” o "reconhecimento” de 0% (é isso mesmo: zero por cento!) dos Oficiais e se podem verificar as consequências das medidas em quem detém responsabilidades institucionais.





Propomos, ainda, que revejam qual o factor que mais contribui para a influência político-partidária nas Forças Armadas (pergunta 41).



E, finalmente, aconselhamos, também, o resultado das respostas à pergunta 36, que tinha a ver com a forma como os Oficiais viam/vêem a evolução das condições de trabalho.


 
Porque consideramos que a Coesão é o capital mais precioso das Forças Armadas, muito apreciaríamos que o MDN se aconselhasse adequadamente antes de tomar medidas e/ou fazer declarações públicas.

Cordialmente,

As Relações Públicas da AOFA.
 

24 de maio de 2015

Dulce de Sá Nogueira - uma professora que marcou gerações

No passado dia 1 de Maio de 2015 faleceu a antiga professora de Matemática do IO, Maria Dulce Bettencourt de Sá Nogueira. Como pessoa e profissional, a professora deixou uma marca e uma recordação indeléveis junto das várias Direcções, de professoras, funcionários e de muitas gerações de alunas do IO. 


Testemunho de uma antiga aluna: 

"foi minha professora de Matemática no 1º ano (em 1960) e ensinava já nessa época de uma forma muito moderna e intuitiva recorrendo a recortes de papel de lustro, cordéis e outros artefactos para explicar conceitos matemáticos. No inverno, corríamos à volta da sala para aquecer antes de iniciar a lição..."

Mais info aqui.

IO Campeão Nacional em Espada Feminina

No passado fim de semana, dias 09 e 10 de Maio, realizou-se o Campeonato Nacional de Iniciados, no pavilhão do Colégio Militar. No campeonato realizaram-se as provas individuais e por equipas, nas quais o Instituto de Odivelas se fez representar, em grande destaque, pelas alunas Marta Alves, Inês Madeira e Catarina Madeira.
 
 
 

Posicionamento da Associação de Oficiais das Forças Armadas

"... A AOFA reitera a profunda Admiração, Respeito e Solidariedade para com todas as Alunas, Ex-Alunas, Professoras/es, Ex-Professoras/es, Funcionárias/os e ExFuncionárias/os do Instituto de Odivelas, bem como pela Associação de Antigas Alunas do Instituto de Odivelas (AAAIO) e pela Associação de Pais e Encarregados de Educação das Alunas do Instituto de Odivelas (APEEAIO) que ao longo de tantos e tantos anos honraram, com superior distinção e total desapego, o Instituto de Odivelas e que agora, por despacho sem qualquer fundamentação plausível que não sejam as motivações de ordem meramente ideológica, se vêem completamente desrespeitadas e com fortíssimas razões para uma indignação que é por demais visível, compreensível e que acompanhamos sem quaisquer reservas..."

Ler a mensagem da AOFA na sua totalidade aqui.

Jantar e Baile das Alunas Finalistas no Instituto de Odivelas – 2015

Na passada noite de 15 de Maio de 2015 realizou-se o Baile das Alunas Finalistas do Instituto de Odivelas. As alunas finalistas mais uma vez, primaram por se apresentarem com muito glamour e charme. 



23 de maio de 2015

Há 115 anos atrás ou uma mera confusão de cor?

Esta semana foi inaugurado, com pompa e circunstância, e perante cerca de três milhares de convidados, o novo Museu Nacional dos Coches.

Nos discursos de ocasião, na cobertura da comunicação social logo se invocou e evocou a História fundadora, o ensejo e o desejo da Rainha D. Amélia de fundar, em 1905, um espaço digno para albergar o espólio de viaturas da Corte Portuguesa que, ao longo dos séculos, percorreram caminhos de terra mais ou menos batida, estradas macadamizadas, pontes, umas ainda romanas, outras de madeira ou de ferro. Viaturas que faziam, em cerimonial solene, as entradas e saídas do Paço, ou que testemunharam o fim trágico do marido e do filho daquela rainha: D. Carlos e o Príncipe herdeiro D. Luís Filipe foram assassinados num landau descapotável no Terreiro do Paço, em 1908.

Não há História com “H” maiúsculo ou História com “H” minúsculo e, por isso, seria bom que os que detêm o Poder pudessem também evocar o desejo do Infante D. Afonso e da Rainha D. Maria Pia, cunhado e sogra de D. Amélia, de fundar, ainda no século XIX, o então Instituto Infante D. Afonso. Mas, o Poder invoca razões economicistas e de género para extinguir a legitimidade histórica de uma instituição nacional.

Em 1900 começou a funcionar o que hoje é reconhecido simplesmente por IO.

Foram gerações e gerações de alunas que percorreram os corredores das aulas, aprenderam nos laboratórios e nas salas específicas de Desenho, História, Geografia, Línguas… brincaram nos claustros, pularam no ginásio, pisaram o palco, nadaram na piscina, cozinharam antes da moda dos “Chefs”, deram banho e papa a bebés e beberam limonadas a seguir à aula de Puericultura, subiram à “torre da Madre Paula”, esconderam-se na “Árvore Avó”, esticaram lençóis nas camaratas e compuseram a colcha de “pombalino”, estudaram na Biblioteca, souberam estar à mesa no Refeitório, ouviram as estórias da D. Ilda, respeitaram azulejos, lajes sepulcrais, o túmulo gótico de um rei, olharam cúmplices para a tela da D. Isabel de Aragão, no “Átrio da Rainha”, contornaram a cabeceira gótica da igreja monacal no Largo D. Dinis, cantaram e tocaram em jardins presidenciais, desfilaram em ocasiões solenes, entraram na “casa da Democracia”. Enfim, transportaram o nome Odivelas e Portugal em variadíssimos eventos educativos, culturais, desportivos e militares, ao longo de décadas.

O IO, essa instituição educativa em processo de extinção, resistiu aos tempos e adaptou-se. Talvez a insensibilidade dos poderes face ao IO resida no desconhecimento da História, na ignorância face à essência e ao espírito de uma escola única que num qualquer país civilizado seria acarinhada e incentivada. Ou residirá, afinal e só, na ganância…

É que numa petição pública foram milhares os cidadãos que defenderam a continuidade do IO como escola de excelência.

Em vão?


Saberão os poderosos que era assim primeiro o uniforme das alunas do IO? Ou julgarão, hoje, que o castanho não diferencia?

Maria Rodrigues

Desenho a cores do primeiro uniforme das alunas do IO (em cima) e uma das primeiras alunas do IO - a aluna nº 7 (em baixo).

Circular nº 16/SE/2015 - 10 Junho 2015

Na passada semana o Instituto de Odivelas enviou a todos os Pais/Encarregados de Educação a circular nº 16/SE/2015


Publicamos aqui (com a devida autorização) a resposta de uma Mãe, membro da actual Direcção da APEEAIO. Esta resposta é subscrita por todos os membros da actual Direcção da APEEAIO.

Exmo. Sr. Diretor do Instituto de Odivelas
 
Coronel Nisa Pato
 
Tendo conhecimento da Circular N.º 16/SE/2015 de 12 de maio sobre a “Participação do Instituto de Odivelas nas cerimónias do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em 10 de junho de 2015” em Lamego, e da nomeação da minha filha para participar, venho desta forma enunciar algumas considerações sobre o assunto.
Nas palavras do Sr. Presidente da República Aníbal Cavaco e Silva as Cerimónias Militares das Comemorações do Dia 10 de junho são “… a ocasião propícia para sublinhar o significado de que se reveste a ação das Forças Armadas e disso dar público conhecimento à Nação, contribuindo para um pleno entendimento da sua finalidade, para o seu prestígio e para o reconhecimento dos relevantes contributos que têm proporcionado ao País.”.
 
O Instituto de Odivelas é um estabelecimento militar de ensino dependente do Estado-Maior do Exército e que “tem por missão fomentar educação moral e cívica que vise desenvolver nas alunas o sentido do dever e da honra e os atributos de carácter, em especial a integridade moral, espírito de disciplina e noção de responsabilidade.”.
No cumprimento do Regulamento Interno as alunas têm de representar o Instituto em atos oficiais, sempre que nomeadas, constando essas representações oficiais do processo individual da aluna, competindo aos Encarregados de Educação garantir que as alunas estejam presentes em todas as cerimónias realizadas no Instituto ou em representação, devidamente fardadas e com uma atitude correta que dignifique a Instituição.
 
No que respeita ao Instituto de Odivelas, o Despacho 2606/2014, de 18 de fevereiro determina que este estabelecimento de ensino feminino, encerra no final do ano letivo 2014/2015, garantindo apenas o 9.º ano às alunas que já se encontravam a frequentar este estabelecimento, tanto em regime de internato como em externato, não podendo haver novas admissões, e o 12.º ano às alunas que já se encontravam a frequentar este Instituto, nas condições definidas para o 9.º ano. Determina o Despacho nº 8651/2014, de 3 de julho que o termo do ano letivo seja a 5 de junho de 2015 para os alunos dos 9.º, 11.º e 12.º anos.
 
A conjugação dos despachos acima referidos determina que o Instituto de Odivelas encerra no dia 5 de junho de 2015, cessando assim a continuidade do seu projeto educativo e consequentemente dos seus documentos orientadores pois nesta data extingue-se enquanto instituição de ensino centenária.
 
Neste contexto não se vislumbra qualquer sentido na convocatória emitida pois o, entretanto sem validade, regulamento interno supra mencionado não considera uma representação do instituto extinto.
O ministro da defesa assinou a extinção do Instituto de Odivelas e as chefias militares, representantes das Forças Armadas, não contribuíram “para um pleno entendimento da sua finalidade, para o seu prestígio e para o reconhecimento dos relevantes contributos que têm proporcionado ao País.”. A representação de um instituto centenário extinto que presta honras aos responsáveis pela sua extinção é algo nunca presenciado e que “inova” a democracia.
 
Face ao exposto, informo que a minha filha não estará presente nas comemorações do dia 10 de junho em Lamego.

17 de maio de 2015

O IO é uma escola única e de interesse nacional

Esta escola ainda é o IO, sempre! É única! Não pode ser replicada nem imitada. Nunca!

Mesmo que os homens a queiram, reestruturar, ou seja,"encerrar", "integrar" extinguir!

Esta escola é uma instituição educativa de interesse nacional!

Há uma escola em Portugal que defende a qualidade, o rigor e a exigência;

Há uma escola em Portugal que há 115 anos alia tradição e inovação;

Há uma escola em Portugal, fundada em 1900, pelo Infante D. Afonso, com um propósito inicial nobre e social: educar e formar meninas e jovens órfãs de militares;

Há uma escola em Portugal com alunas, filhas de militares e de civis, provenientes de meios socioeconómicos e geográficos muito diversos;

Há uma escola em Portugal onde valores como o dever, a honra, a disciplina e a responsabilidade são praticados diariamente;

Há uma escola em Portugal que há décadas possui estudos acompanhados, apoios educativos e atividades extracurriculares reconhecidas em Portugal e no estrangeiro;

Há uma escola em Portugal com sucesso escolar e com resultados nos exames nacionais e provas de final de ciclo acima das médias nacionais;

Há uma escola em Portugal onde se vive o lema das antigas alunas: SER AMIGA É SER IRMÃ;

Há uma escola em Portugal que tem no seu hino e na sua prática o ideal da VERDADE;

Há uma escola em Portugal que tem como divisa: DVC IN ALTVM – Cada vez mais alto!

Há uma escola «que interessa a Portugal acarinhar e incentivar, e da qual têm saído mulheres que têm prestado relevantes serviços ao País nas diversas áreas da cultura, das artes e das ciências…» (Discurso do Presidente da República, por ocasião da Comemoração do 110.º Aniversário do Instituto de Odivelas, a 14 de janeiro de 2010).

IO, sim!


11 de maio de 2015

Decreto Lei 32/99, de 5 de Fevereiro

Este Decreto Lei...
 
"Estabelece o regime da alienação dos imóveis excedentários ou desadequados pertencentes ao domínio privado do Estado afectos ao Ministério da Defesa Nacional, bem como o regime da afectação ou reafectação dos mesmos imóveis a um órgão ou serviço do Estado."
 
"Grande parte do património imobiliário das Forças Armadas, em resultado das suas características originárias ou da forma como foi adquirido, reveste-se de valor histórico, social, económico, ambiental ou urbanístico reconhecido, constituindo, no todo ou em parte, património de interesse público, algum dele elevado à categoria de MONUMENTO NACIONAL." ...
 
... "Modalidades
1 - A alienação de imóveis integrados no domínio privado do Estado afectos ao Ministério da Defesa Nacional poderá efectuar-se por uma das seguintes modalidades:
a) Concurso público;
b) NEGOCIAÇÃO PARTICULAR." ...
 

9 de maio de 2015

O Instituto de Odivelas – o fim triste de uma história

Noticia publicada no jornal Expresso de 9 de Maio de 2015.

Era uma vez o Instituto de Odivelas, (IO), que nasceu em 1900 e foi crescendo ao longo dos anos, educando e formando filhas de militares, de polícias, de civis, raparigas de todas as condições socioeconómicas, “órfãs de guerra”, da I Guerra Mundial ou da Guerra Colonial. Desde 1915, o Forte de Santo António do Estoril tornou-se a colónia de férias do IO, (e que ficará célebre pois foi lá que se deu o princípio do fim da ditadura). Em 1919 foi fundada a associação feminina mais antiga e atualmente existente em Portugal – a Associação das Antigas Alunas do Instituto de Odivelas, obreira de causas sociais assinaláveis. Em democracia, a partir de 1977, estabeleceu-se um intercâmbio com a prestigiada escola feminina, a Maison D’Éducation de la Légion D’Honneur, também ela a funcionar, desde o século XIX, num mosteiro dedicado a S. Dinis, tal como o IO, e que é motivo de orgulho para a França. Ao longo de mais de um século, o IO formou mulheres modistas e jornalistas, contabilistas e professoras, bailarinas e médicas, escritoras e desportistas, atrizes e cientistas, engenheiras e secretárias.

Eis-nos chegados à vontade dos homens de querer fazer desaparecer, já no final do ano letivo de 2014/2015, uma escola que transporta uma marca há 115 anos - as “Meninas de Odivelas”, e que ainda funciona. Uma escola que tem um estandarte, um hino, uma divisa, um lema, um brasão de armas, um código de honra, um uniforme, um símbolo. Uma escola tornada membro honorário da Ordem de Santiago e Espada, em 1982, e da Ordem de Avis, em 1999.

Porquê extinguir o IO, ou melhor, para quê encerrar o IO que tem equipamentos escolares e desportivos em perfeito estado de utilização e de conservação, camaratas e casas de banho renovadas, uma escola que preserva para todos portugueses um mosteiro do século XIII, última morada do rei D. Dinis?

Há estudos que contradizem os argumentos oficiais: o Instituto de Odivelas é “económico”, e até sustentável, por comparação com outras escolas públicas com oferta educativa específica. Quanto à questão de “género”, Portugal não é o único nem último país do mundo civilizado a ter ensino diferenciado por género e público. Até o Papa Francisco deu a bênção apostólica ao Instituto de Odivelas.

A quem interessa o triste fim desta História?

Maria Rodrigues


8 de maio de 2015

Aprovada desafetação dos imóveis do Instituto de Odivelas

O Conselho de Ministros aprovou hoje um diploma que promove a desafetação do domínio público militar das instalações do IO.